Esta posição foi transmitida por António Costa em conferência de imprensa, em São Bento, após quatro horas de cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que se realizou uma vez mais por videoconferência.
"A reação diplomática nacional é feita através dos canais próprios – é isso que temos feito e é isso que iremos continuar a fazer. Não é prática de Portugal fazer retaliações, nem é prática de Portugal ter esse tipo de visão das relações internacionais", declarou, após ser questionado sobre qual a reação político-diplomática que o seu Governo adotará face ao conjunto dos Estados-membros da União Europeia que estão a colocar entraves à chegada de passageiros provenientes do país.
Nas respostas aos jornalistas, António Costa salientou que nenhum país "está a proibir a entrada a portugueses, havendo sim Estados-membros que estão a restringir voos a partir de Portugal, ou a impor quarentena a quem venha de território nacional".
"A imposição de quarentena é independente da nacionalidade. Se um austríaco vier a Portugal, no regresso ao seu país também fica sujeito a quarentena", referiu.
Segundo António Costa, neste momento, o que se verifica em relação ao conjunto de Estados-membros que estão a levantar reservas às viagens oriundas de Portugal, "é que apenas o Chipre, a Estónia e a Letónia se encontram em melhores condições" do que o país nos principais critérios sanitários.
"Por exemplo, a Áustria e a República Checa têm um número de testes de tal forma inferior a Portugal que, verdadeiramente, não permitem qualquer comparação de dados. A Dinamarca e a Lituânia têm uma taxa de letalidade muitíssimo superior à portuguesa. Finalmente, países como a Bulgária, Grécia e Polónia têm não só muito menos testes, como apresentam taxas de letalidade muito superiores à portuguesa", apontou.
Ou seja, segundo o primeiro-ministro, "não basta olhar para o número de casos [de novos infetados], sendo também necessário saber qual o peso dos casos no conjunto de testes realizados e qual a forma como os diferentes serviços de saúde responderam à situação de doença em cada um dos países".
C/Lusa