Num comunicado, a empresa holandesa explica que a redução do pessoal será feita de diferentes formas, incluindo a não renovação de contratos temporários (1.500 postos de trabalho) e um esquema que promove a saída voluntária da empresa (que espera cerca de 2.000 empregados), além de 500 aposentações que não serão substituídas.
O despedimento direto ameaça os empregos de aproximadamente 1.500 trabalhadores, incluindo 500 empregos entre o pessoal de terra, 300 entre o pessoal de cabine, 300 pilotos e cerca de 500 empregos na subsidiária holandesa do grupo Air France-KLM.
"A KLM encontra-se numa crise de magnitude sem precedentes. Desde o início da covid-19, já foram tomadas numerosas medidas para lidar com a situação atual. A perspetiva é que o caminho para a recuperação será longo e cheio de incertezas. Isto significa que a estrutura e tamanho da KLM terão de ser radicalmente alterados nos próximos anos", explica a transportadora no comunicado.
A KLM sublinha que a perspetiva da aviação é "incerta", porque vários países estão a reintroduzir as restrições de viagem, fazendo com que os "clientes tenham relutância em reservar" voos.
Isto amplia a previsão de recuperação inclusivamente até 2024, o que dependerá do "desenvolvimento do vírus, da recuperação da economia e do comportamento dos clientes".
A companhia aérea reconhece que o pacote de ajuda de 3,4 mil milhões de euros do Governo holandês, sob a forma de empréstimos diretos e garantias de empréstimos bancários, permitirá à empresa enfrentar a crise durante "o próximo período".
Mas para "garantir a sobrevivência a longo prazo" da KLM, a empresa assegura que "deve adaptar-se à nova realidade", o que significa reduzir a mão-de-obra total dos atuais 33.000 trabalhadores para cerca de 28.000.
A KLM não exclui a possibilidade de reduzir ainda mais a sua mão-de-obra se o nível de produção até 2021/2022 for ainda inferior às expectativas atuais, ou seja, se for reduzido em mais de 20%, como esperado.
A companhia aérea já anunciou que as perdas previstas para o segundo semestre do ano aumentaram para 493 milhões de euros, uma vez que as vendas caíram 75%, e assinala que ainda tem de pagar aos clientes 1,6 mil milhões de euros por viagens aéreas canceladas.