Um levantamento feito na última semana pelo Ministério da Saúde, em articulação com a Direção-Geral da Saúde (DGS) e as administrações regionais de saúde, indica que entre 55% e 60% dos casos reportados pelos hospitais “dizem respeito a doentes cuja admissão a internamento ocorreu devido à covid-19”.
Numa resposta conjunta enviada à Lusa, a tutela e a DGS explicam que este levantamento foi feito junto dos hospitais para perceber a dimensão da coexistência de doentes internados por covid-19 e de doentes internados por outras causas, mas positivos para o SARS-Cov-2.
"Considerada a situação epidemiológica atual de circulação prevalente da variante Ómicron, em que muitos utentes apresentam quadros assintomáticos ou de doença ligeira, admite-se que exista ocupação de camas covid-19 por doentes com outras patologias e cujos internamentos possam ter sido motivados por essas outras circunstâncias, mas que se encontram em camas/alas dedicadas a doentes positivos para SARS-CoV-2", referem.
O boletim diário referente à situação da pandemia no país, acrescentam, diz respeito aos doentes infetados a ocupar camas covid-19 e a causa do internamento só é apurada aquando da alta do doente: “Os internamentos reportados no relatório de situação diário correspondem aos dados remetidos pelos hospitais relativos ao total de camas ocupadas no final do dia anterior por doentes internados que testam positivo ao SARS-CoV-2, independentemente de a covid-19 ser diagnóstico principal ou secundário.”
“O diagnóstico principal do episódio de internamento é apenas dado no fim do internamento através da alta hospitalar pelo médico, sendo a análise mais exaustiva sobre estes dados realizada posteriormente, após a alta hospitalar e codificação da mesma no sistema”, explicam.
Na resposta, indicam que a realidade nos hospitais entre janeiro de 2021 e novembro de 2021 era diferente, adiantando que, nessa altura, entre 75% e 85% dos internamentos covid-19 tiveram como diagnóstico principal a covid-19.
“Para os casos internados em novembro e dezembro de 2021, as proporções são semelhantes até ao momento”, acrescentam.
O Ministério da Saúde e a DGS explicam que “estes últimos dados não são ainda definitivos, uma vez que nem todos os casos internados terão tido alta hospitalar ou esta alta pode ainda não ter sido codificada”.
“Os dados relativos a janeiro deverão ser confirmados em março, com uma metodologia robusta, após a alta hospitalar e a sua codificação”, sublinham.
Os dados do boletim de situação diário de quarta-feira indicam que estavam internados nos hospitais 2.249 doentes, dos quais 147 em unidades de cuidados intensivos.