De mangas de camisa e gravata, o primeiro-ministro, António Costa, visitou ontem os locais mais afetados pelos incêndios que assolaram a Madeira, mas de olhos postos na reconstrução da ilha cuja vida "está a retomar a sua normalidade".
António Costa aterrou no aeroporto da Madeira às 15h00 e na comitiva que viajou de Lisboa trouxe os ministros do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, e da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, para ver de perto os estragos provocados pelos incêndios que têm assolado a Madeira nos últimos dias.
Prometendo para o final desta visita de trabalho informações concretas sobre os apoios que serão disponibilizados para a reconstrução da ilha, o primeiro-ministro despiu o casaco do fato, arregaçou as mangas e começou por agradecer o trabalho de todos os madeirenses e autoridades.
"É bom poder ver os turistas já a circularem no teleférico e a visitarem a ilha, a vida a retomar a sua normalidade e portanto é também muito importante que passado um momento dramático do incêndio, tenhamos todos também a serenidade de transmitir a quem nos vê no mundo inteiro que a Madeira continua a ser um excelente local de destino, onde a vida depois destes dias dramáticos que foram vividos está a retomar a sua normalidade", disse aos jornalistas.
A mensagem de esperança de Costa foi transmitida numa das casas tomadas pelo fogo na Pena, onde morreram duas das três pessoas vítimas destes incêndios, destacando o primeiro-ministro que ali se tinham vivido "momentos particularmente dramáticos", devido também à "enorme interpenetração entre o espaço rural e o espaço urbano".
"A minha missão hoje é sobretudo, com o senhor presidente do Governo Regional, com os senhores presidentes de câmara, fazer a avaliação do estado da situação e como é que vamos trabalhar para, em conjunto, repormos a normalidade de funcionamento, podermos reconstruir o que há a reconstruir, poder reordenar o que há a reordenar e é esse o trabalho que temos que fazer", reforçou.
Nas Babosas, o primeiro-ministro encontrou Maria José, visivelmente emocionada nesta que "já é a terceira vez" que sentiu a sua casa ameaçada, quer pelo fogo quer por inundações, confidenciando, a chorar, a António Costa: "qualquer dia quero falar e não posso".
Numa das paragens da comitiva, Costa encontrou-se com o regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, e falou com o chefe de missão, Pedro Pedro, a quem pediu para mandar um abraço aos profissionais.
O primeiro-ministro foi acompanhado pelo presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, e pelo presidente da Câmara do Funchal, Paulo Cafôfo.
C/Lusa