“O teste de lançamento de um novo tipo de míssil balístico intercontinental (ICBM) Hwasongpho-17 das forças estratégicas da República Popular da Coreia do Norte ocorreu em 24 de março (…), sob a direção de Kim Jong Un pessoalmente", divulgou a KCNA.
O míssil, "lançado do Aeroporto Internacional de Pyongyang, subiu a uma altura máxima de 6.248,5 quilómetros, voou 1.090 quilómetros em 4.052 segundos e pousou precisamente no local previsto, em alto mar, no mar da Coreia Oriental [nome dado ao mar de Japão nas duas Coreias]”.
O Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, já tinha confirmado que o projétil lançado por Pyongyang em direção ao mar do Japão esta quinta-feira era um ICBM.
O novo teste provocou nova onda de condenação internacional, e o Ministério da Defesa japonês referiu que o projétil caiu na zona económica exclusiva marítima do Japão.
Os Estados Unidos e aliados pediram esta quinta-feira uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em resposta ao lançamento do míssil balístico intercontinental pela Coreia do Norte.
Ainda na quinta-feira, a ONU condenou "fortemente" o teste balístico e pediu a Pyongyang que cesse qualquer ação considerada "contraproducente" e que afeta as "tensões" na Ásia.
"O lançamento de um míssil de longo alcance corre o risco de uma escalada das tensões na região", sublinhou Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres.
Este é o primeiro projétil desse tipo disparado pela Coreia do Norte em quase cinco anos e o teste significa uma nova rutura da moratória que havia sido autoimposta nesta área antes da sua primeira cimeira com os EUA, em 2018.
Com a manobra de quinta-feira, já são 12 os testes de armas que Pyongyang levou a cabo até agora desde o início deste ano, o que mais uma vez fez disparar a tensão na região.
O Conselho de Segurança da ONU – que proibiu a Coreia do Norte de realizar esse tipo de teste – reuniu-se à porta fechada após cada um desses testes, mas não ofereceu nenhuma resposta oficial face à divisão que existe no seu seio, com a China e a Rússia muito longe das posições defendidas pelos Estados Unidos e aliados.
O Ocidente, por sua vez, criticou duramente os testes e insistiu na necessidade de Pyongyang abandonar este tipo de "provocações" e voltar ao caminho do diálogo.