Na quinta-feira, o Pentágono tinha anunciado o prolongamento por mais um dia, até sábado, da “Tempestade Vigilante”, um exercício aéreo combinado com a Coreia do Sul, programado para terminar hoje.
Logo após o anúncio, os militares de Seul detetaram cerca de 80 disparos de artilharia do Norte em direção a uma "zona tampão" marítima da área de Kumkang, na província de Kangwon, na costa leste do país.
Os disparos são "uma clara violação" do acordo inter-coreano de 2018, que estabeleceu essas “zonas tampão” para reduzir as tensões entre os dois lados, disse o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.
A Coreia do Norte lançou mais de 20 mísseis nos últimos dois dias em resposta aos exercícios militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, iniciados na segunda-feira.
Os testes balísticos efetuados na quarta-feira incluíram pelo menos 23 mísseis, bem com cerca de 100 projéteis de artilharia que foram disparados numa zona de amortecimento marítima oriental.
Já hoje, o Japão anunciou que irá melhorar o sistema ‘J-Alert’, de alerta à população sobre emergências como mísseis ou sismos, após os últimos lançamentos de mísseis da Coreia do Norte, um dos quais ativou na quarta-feira este alerta em várias regiões do país, embora nenhum projétil tivesse sobrevoado o arquipélago.
O porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno, fez o anúncio, na sequência de críticas recentes contra o sistema de alerta civil, alegadamente lento a responder ao lançamento da Coreia do Norte.
“Enviámos o alerta o mais rápido possível assim que recebemos as informações, mas como recebemos opiniões de que deve ser feito ainda mais cedo, ministérios e agências relacionadas trabalharão juntos para melhorar o sistema”, garantiu Matsuno.
O ‘J-Alert’ também tinha sido criticado, depois de, em 4 de outubro, ter dado, devido a um erro, o alerta em nove cidades e vilas da região metropolitana de Tóquio, em resposta a um lançamento de um míssil balístico norte-coreano que sobrevoou o norte do Japão.
Além deste erro, o alerta foi enviado à população do norte do Japão de forma tardia, apenas no momento em que o míssil norte-coreano sobrevoava a região e não com dez minutos de antecedência, para permitir aos residentes procurar um abrigo.