A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) assinala hoje o Dia Europeu do Ex-Fumador com uma campanha junto dos adolescentes para que abandonem o cigarro, sendo nesta faixa etária que se regista um aumento do consumo tabágico.
Trata-se da campanha "#EUNÃOFUMO", especialmente dirigida aos adolescentes no Dia Europeu do Ex-Fumador, uma efeméride criada pela Comissão Europeia.
Numa nota sobre esta iniciativa, José Pedro Boléo-Tomé e Paula Rosa, coordenadores da Comissão de Trabalho de Tabagismo da SPP, mostram-se preocupados com alguns dos dados relativos ao consumo de tabaco pelos adolescentes: “preocupam-nos, sobretudo, o aumento do consumo na população dos 15 aos 24 anos, muito em especial nas raparigas, que é onde ocorre o aumento maior".
Segundo os mesmos responsáveis, há ainda outros dados preocupantes, uma vez que aos 18 anos 62% dos jovens já experimentou tabaco, e 43% consumiu nos últimos 30 dias.
Perante esta realidade – e respondendo ao apelo de escolas e encarregados de educação – a SPP lançou a campanha "#EUNÃOFUMO" e enviou para várias escolas nacionais um vídeo sob a temática “o tabagismo na adolescência”.
Neste vídeo, produzido pela SPP, o médico pneumologista Bruno Von Amann aborda de uma forma clara as principais questões relativas ao consumo de tabaco nas camadas mais jovens.
Na quarta-feira, será ainda realizada uma sessão informativa na escola EB 2,3 de Marinhais onde, além da reprodução do vídeo, estará presente um médico pneumologista da SPP para esclarecer os alunos das suas principais dúvidas.
No entender dos coordenadores da Comissão de Trabalho de Tabagismo, este tipo de ação junto dos adolescentes assume uma grande importância porque “estes jovens vão ser os fumadores e doentes de amanhã", "são muito permeáveis às novas estratégias de marketing das tabaqueiras" e ainda pouco foi feito para "inverter esse processo e criar uma geração livre de tabaco”.
Os médicos pneumologistas consideram ainda essencial dar atenção à questão emergente dos cigarros eletrónicos ou tabaco aquecido: “a experiência de outros países mostra que são produtos apelativos aos mais novos, que a experimentação tem aumentado significativamente e que funcionam como porta aberta para experimentar outros produtos, como o cigarro convencional ou outras drogas recreativas".
A SPP, à semelhança da Entidade Reguladora da Saúde e da Organização Mundial de saúde, não recomenda a utilização de nenhum destes produtos, e manifesta "sérias preocupações em relação à sua evolução futura”.
José Pedro Boléo-Tomé e Paula Rosa reconhecem “haver muito trabalho a fazer, quer a nível da prevenção primária, como é o caso dos jovens, quer no tratamento dos fumadores, que devem ter mais fácil acesso a apoio especializado, a fármacos comparticipados e a consultas de cessação tabágica.
"O acesso ao tabaco também deve ser cada vez mais dificultado e desnormalizado. O Dia do Ex-Fumador deve ser um dia de esperança num mundo com ar mais puro, mais liberdade sobre a própria vida e mais saúde e bem-estar", concluem aqueles pneumologistas.
LUSA