O diplomata admitiu que existem dificuldades para fazer marcações ‘online’ para atendimento e pede aos portugueses que insistam.
“Eu posso compreender algumas críticas porque algumas pessoas estão cá desde muito cedo para serem atendidas. Nós começamos a receber pessoas a partir das oito da manhã até cerca das quatro da tarde”, disse.
Licínio Bingre do Amaral falava à agência Lusa, no sábado, à margem da terceira jornada especial para entrega de cartões de cidadão e passaportes, cujo atendimento médio foi de 600 pessoas por dia.
O diplomata explicou que algumas pessoas da terceira idade querem ter “outro tipo de prioridade”, mas na fila “pelo menos 50 a 60% são pessoas são da terceira idade” e por isso só está a “permitir que passem à frente pessoas com incapacidade, em cadeira de rodas, com bengalas ou que têm claramente algum problema físico, e com crianças [ao colo]”.
“Estamos a chamar as pessoas, sequencialmente, por grupos de 20 a 25 pessoas e depois, cá dentro do consulado, estamos a ver o que lhes entregamos”, disse, sublinhando que “logisticamente não dá para separar os cartões de cidadão e passaportes”.
Por outro lado, explicou que o consulado tem tido um “movimento constante” e que apesar das limitações impostas pela pandemia da covid-19 “nunca fechou”, estando “sempre a funcionar, quer na semana ‘radical’ [estrito confinamento] quer na semana flexível”.
“Fazemos isto aos sábados para facilitar às pessoas uma possibilidade de levantarem os seus documentos”, disse, chamando a atenção para “uma coisa muito importante", a de que durante a pandemia tiveram de limitar os atendimentos.
Segundo o diplomata antes da quarentena eram atendidas em média 600 a 650 pessoas por dia, mas “devido ao distanciamento social, às necessidades de saúde pública”, não é possível “permitir que entrem no consulado grandes números de pessoas”.
“Estamos a atender praticamente um terço do que entendíamos, portanto há obviamente alguma acumulação”, frisou, recordando que as sessões especiais decorrem aos sábados durante o mês de junho.
Questionado sobre as queixas de poucos funcionários a atender explicou que “tem muito a ver com a pandemia” e que acabaram “de perder um funcionário”.
“Obviamente, com mais funcionários poderíamos fazer um atendimento melhor, mas temos que compreender por vezes a situação. Lisboa está perfeitamente ciente disso e estou convencido que deveremos ser reforçados a curto prazo, nomeadamente para colmatar esta saída”, disse.
Sobre as dificuldades com a página Internet do consulado, o diplomata explicou que foram feitos “alguns ajustamentos para tentar desbloquear as marcações”.
“Neste momento estamos a proceder semanalmente, e temos que dizer às pessoas ‘por favor insistam’”, frisou.
Licínio Bingre do Amaral disse estar atento a informações que dão conta que “há pessoas que estarão a tentar bloquear as vagas” e insistiu: “semanalmente há vagas”.
Quanto às queixas dos funcionários, explicou que “são pessoas que se estão a disponibilizar para vir aos fins de semana para ajudar os concidadãos aqui na Venezuela” para “que seja tudo mais fácil” e “estão a dar o seu melhor esforço”.
“Peço que tenham paciência, por vezes porque nem tudo funciona à velocidade que eu gostava que funcionasse”, concluiu.