“Nós, a diáspora espalhada pelo mundo, os executivos em empresas internacionais e multinacionais espalhadas pelo mundo, os nossos académicos, professores, jovens empreendedores, os empresários individuais, temos algo que podemos fazer pelo nosso país e pelos interesses do nosso país”, afirmou à agência Lusa o novo presidente do conselho.
Constituído em 2012 e contando com o alto patrocínio do Presidente da República, que é o seu presidente honorário, e do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, vice-presidente honorário, o Conselho da Diáspora Portuguesa tem como objetivo “estreitar as relações entre Portugal e a sua diáspora”.
O propósito maior da organização é fazer com que os portugueses e lusodescendentes, através do seu mérito e influência, “contribuam para a afirmação universal dos valores e cultura portuguesa, bem como para a elevação e reforço permanente da reputação do nosso país”.
Para António Calçada de Sá, que vive em Espanha, onde desempenha funções executivas na Repsol, presidindo ainda à Câmara de Comércio de Portugal em Espanha, uma das formas de os conselheiros concretizarem os propósitos da organização é através do estabelecimento de contactos com eventuais investidores para que estes possam “olhar para Portugal de uma determinada maneira”.
“A minha visão é muito positiva, é preciso trabalhar e de uma maneira proativa e sinto-me extraordinariamente motivado e vamos tentar fazer isto com vitalidade, energia e inteligência”, disse.
O Conselho da Diáspora Portuguesa tem tido maior visibilidade em eventos como a “World Portuguese Network” – que envolve um conjunto alargado de portugueses de influência em quatro áreas: Economia, Ciências, Cultura e Cidadania.
Anualmente, costuma realizar o seu encontro anual em Cascais, com a presença do presidente e vice-presidente honorários, assim como o EurAfrican Fórum, que promove as relações entre os continentes europeu e africano.
Contudo, devido à pandemia, a programação do Conselho tem sofrido alterações e os seus elementos desde logo tiveram de se adaptar aos novos formatos dos encontros.
A Covid-19 tem sido, aliás, tema recorrente nas reuniões mensais dos conselheiros, por via digital, através das quais são trocadas impressões sobre o impacto e as medidas dos países onde estes vivem.
“O ser humano tem um grande poder de transformação e adaptação. Temos mudado e temos assistido a uma mudança importante, não sei se definitiva, em termos de formatos”, disse António Calçada de Sá.
O responsável justificou que antes “viajava-se mais e agora menos, as reuniões digitais são menos longas”.
“Dos formatos presenciais puros fomos para os digitais puros. Iremos evoluir para um formato mais híbrido durante uns tempos e depois voltaremos a ter a força e o valor do que é presencial, mas já teremos aprendido o que podemos fazer de melhor forma através do digital”, explicou.
António Calçada de Sá referiu que “o mundo, com isto [a pandemia], deu uma volta importante” e “há coisas que já mudaram, que vão mudar e outras que se irão reequilibrar”.
António Calçada de Sá substitui Filipe de Botton na presidência da direção do Conselho da Diáspora Portuguesa.