“Muitos trabalhadores consulares estão na extrema pobreza”, afirmou António Graça, acrescentado que está há “dois anos a receber promessas por parte do Governo e também por parte do Sindicato [dos trabalhadores consulares e das missões diplomáticas no estrangeiro]”
“O Sindicato não me atente”, disse.
A situação precária decorrente da desvalorização do real face ao euro agravou-se agora com a subida exponencial da taxa de inflação no gigante sul-americano.
Impulsionada pelos combustíveis e alimentos, a inflação no Brasil cresceu 1,62% em março, a maior subida para o período em 28 anos, e acumulou aumento de 11,30% em 12 meses, anunciou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na génese do problema está, contudo, uma decisão do executivo português tomada em 2013, que, em plena crise económica em Portugal, fixou que os vencimentos dos funcionários do quadro seriam pagos em reais (moeda corrente brasileira), a uma taxa de câmbio fictício de 2,63.
Contudo, ao dia de hoje, o euro está cotado a 5,07 reais.
Esta situação “já está agravada há bastante tempo”, disse o presidente do Conselho Regional da América Central e do Sul, esperando que este problema seja agora, finalmente, resolvido pelo novo Governo para que os funcionários do consolado possam receber “um salário digno”.