Um homem de 54 anos começou hoje a ser julgado no tribunal do Funchal, na Comarca da Madeira, pelos crimes de violação agravada e homicídio por negligência, sendo a vítima a sogra, uma idosa de 88 anos.
Os factos reportam-se a janeiro deste ano, na freguesia de São Jorge, no concelho de Santana, na zona norte da ilha da Madeira, tendo a Polícia Judiciária anunciado a 2 de fevereiro a detenção do homem, que ficou a aguardar o julgamento em prisão preventiva.
A acusação lida pela presidente do coletivo de juízes, Teresa Meneses, refere que, nesse dia, o agricultor entrou na casa da vítima, "despiu-a à força e contra sua vontade".
A mulher debateu-se e gritou, pelo que o arguido a agrediu com "murros, chapadas e a mordeu por diversas vezes", acrescenta.
O Ministério Público (MP) também descreve que o suspeito tapou a boca e o nariz da sogra com a mão, para impedir a mulher de gritar, acabando por provocar-lhe a morte por "asfixia mecânica", já que a impediu de respirar.
O homem, viúvo e com historial de alcoolismo, confessou os crimes.
"Aconteceu. Naquele dia estava bêbado e a pessoa quando bebe não sabe o que faz. Quando não bebo sou uma pessoa boa", afirmou ao coletivo, confirmando que a vítima "não queria" ter relações sexuais.
O homem admitiu que uma semana antes já tinha tentado ter relações com a idosa, mas não conseguiu "porque apareceu um vizinho".
O arguido mencionou ter usado de "força e violência" para perpetuar o crime e confessou que a obrigou a deitar-se na cama, sublinhando que "não sabia que ela estava morta" quando deixou o local, pois "pensava que estava a dormir".
O tribunal começou também a ouvir as três testemunhas arroladas neste processo.
C/Lusa