"O Brasil e a Colômbia vão continuar a trabalhar, em todas as frentes, pelo rápido restabelecimento da democracia na Venezuela", afirmou o chefe de Estado colombiano, admitindo que a crise no país vizinho foi um dos assuntos discutidos no encontro bilateral de hoje.
Santos considerou que a crise na Venezuela se deve, parcialmente, aos problemas democráticos do país e criticou o governo do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, por rejeitar a ajuda humanitária que a Colômbia e o Brasil têm oferecido.
"Não conseguimos entender a razão pela qual recusam este tipo de ajuda, quando a crise humanitária que o povo venezuelano está a sofrer se agrava de dia para dia", disse.
Pouco antes das declarações do chefe de Estado colombiano, o Presidente Temer considerou que a migração de venezuelanos para a Colômbia e para o Brasil, em fuga à crise no seu país, está a "perturbar" a América Latina.
As estimativas na Colômbia indicam que, nos últimos anos, entraram mais de 500 mil venezuelanos. No Brasil entraram outros 40 mil venezuelanos, segundo dados oficiais brasileiros.
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), o número de venezuelanos na Colômbia atinge os 600 mil. Para o Brasil, a OIM aponta 35 mil.
A maioria dos venezuelanos que optaram pelo Brasil entraram pelo Estado de Roraima, uma das regiões brasileiras mais pobres.
Os serviços públicos do Roraima colapsaram devido ao fluxo de migrantes nos últimos meses.
Santos também aproveitou o momento ao lado de Temer para agradecer o apoio do Brasil na "construção da paz" na Colômbia, não só como mediador nas negociações com o grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN), mas também como colaborador no processo de desminagem, após o acordo alcançado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
O Presidente colombiano acrescentou que, no sentido de fazer avançar o processo de paz na Colômbia, o Brasil também contribuiu com cooperação para o desenvolvimento rural, especialmente na agricultura familiar.
LUSA