Na sede da Comissão Europeia, e em simultâneo com conferências de imprensa em outros pontos do globo – Estados Unidos, Japão, Chile, Xangai e Taipé -, coube ao comissário europeu Carlos Moedas, titular da pasta da Investigação, Ciência e Inovação, apresentar, juntamente com vários cientistas, o que foi classificado com “uma descoberta científica de primeira grandeza”, que constitui “uma prova visual da existência de buracos negros”, até agora sempre representados por simulações.
Projetada no ecrã gigante da sala de imprensa do executivo comunitário, a imagem captada mostra um buraco negro cuja massa é 6.500 milhões de vezes maior do que a do sol, existente no centro da supergaláxia Messier 87 na constelação da Virgem, a 55 milhões de anos-luz da Terra.
Esta primeira observação de sempre de um buraco negro resultou de colaboração internacional em larga escala designada “Event Horizon Telescope” (EHT), na qual participaram mais de 200 investigadores da Europa, Américas e Extremo Oriente, tendo a UE financiado três dos principais cientistas que, juntamente com as suas equipas, participaram nesta descoberta.
Para possibilitar a observação direta do espaço envolvente de um buraco negro, o projeto “Event Horizon Europe” procurou aperfeiçoar e interligar em rede uma série de oito telescópios existentes em vários pontos da Terra, situados a altitudes elevadas em locais inóspitos da Serra Nevada espanhola, de vulcões do Havai e do México, das montanhas do Arizona, do deserto de Atacama, no Chile, e da Antártida.
Os buracos negros são objetos cósmicos extremamente comprimidos, constituídos por uma massa imensa num espaço muito reduzido, e cuja presença afeta de modo extremo o espaço-tempo em redor, deformando-o e sobreaquecendo qualquer matéria que para ele se precipite.
LUSA