Chuvas torrenciais, ondas de mais de dois metros e ventos violentos, com rajadas superiores a 75 quilómetros por hora, começaram a sentir-se na região, uma situação que o Departamento Meteorológico no Quénia prevê agravar-se.
Cerca de 400 pessoas morreram na África Oriental desde março e dezenas de milhares foram deslocadas devido às chuvas torrenciais que provocaram inundações e deslizamentos de terras, arrastaram casas e destruíram estradas e pontes.
“As observações actuais sugerem que o ciclone tropical Hidaya atingiu a costa da Tanzânia. Mas há outro sistema de baixa pressão a desenvolver-se atrás dele”, refere o departamento queniano.
Por seu turno, no boletim de hoje, a Autoridade Meteorológica da Tanzânia referiu ventos fortes e precipitação intensa ao longo da costa durante a noite, pedindo aos residentes que vivem em zonas de risco e a quem trabalha junto ao mar que tomem “precauções máximas”.
O ciclone deverá atingir rajadas de 165 km/h quando chegar a terra, informou o centro climático regional.
A época de ciclones no sudoeste do Oceano Índico decorre normalmente de novembro a abril, com cerca de uma dúzia de tempestades por ano.
No Quénia, desde março, pelo menos 210 pessoas morreram e cerca de 100 outras estão desaparecidas, enquanto 165.000 pessoas foram deslocadas, segundo dados do governo.
“Nenhum canto do nosso país foi poupado a esta devastação”, resumiu o Presidente.
A sul, pelo menos 155 pessoas morreram na Tanzânia em inundações e deslizamentos de terras.
No Burundi, pelo menos 29 pessoas morreram e 175 ficaram feridas desde o início da estação das chuvas, em setembro, de acordo com o Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (OCHA).
Por país, o OCHA dá conta de cerca de 195.000 pessoas deslocadas no Quénia até sexta-feira, de acordo com o Centro Nacional de Operações de Catástrofes do país. O Burundi conta 31.200 deslocados e adverte que mais de 20.000 famílias de agricultores perderam as suas colheitas, quase 40.000 hectares, ou seja, 10% das terras agrícolas.