“Portugal apresenta um total de 11 empresas afetadas, o que representa uma estabilidade no número de ataques em comparação com o semestre anterior. Quanto às famílias mais proeminentes que têm visado empresas portuguesas, o LockBit continua a ser a principal ameaça, seguido pelo novo grupo de ransomware 8BASE, cada um com dois ataques”, conclui o “Threat Landscape Report”, que analisa a evolução do cibercrime ao longo do primeiro semestre de 2023.
O estudo da S21sec, um ‘player’ europeu de serviços de cibersegurança adquirido pelo grupo Thales em 2022, aponta “um aumento significativo nas ciberameaças em relação ao semestre anterior, particularmente nos ataques de ‘ransomware’, que registaram um aumento de 43% neste período, totalizando 2.127 incidentes.
O ‘ransomware’ é um tipo de ataque que bloqueia a utilização de sistemas ou dispositivos infetados, com o objetivo de exigir um resgate para restaurar a sua funcionalidade.
Entre os exemplos de ataques o estudo aponta o de uma empresa municipal em Portugal que foi vítima de um incidente que afetou alguns dos seus serviços aos clientes. De acordo com fontes municipais, o ataque não afetou a operação de serviços públicos essenciais, como o abastecimento de água e saneamento, mas, devido à suspensão temporária de alguns serviços de atendimento aos cidadãos, a empresa disponibilizou canais de contacto (via WhatsApp) para algumas formalidades.
A nível europeu, o Reino Unido, a Alemanha e a França destacam-se como os países mais afetados, enquanto, a nível global, os Estados Unidos ocupam a primeira posição em número de ameaças, tendo enfrentado um total de 1.009 ataques.
No que diz respeito aos setores mais prejudicados no primeiro semestre do ano, destaca-se a indústria, com 607 ataques, seguido pela consultoria, com 259, e o setor tecnológico, com 187. Outros setores como a saúde (162), os serviços (116), os transportes (64), a energia (46), as telecomunicações (40), a cultura (30) e a defesa (18) também sofreram várias ameaças, mas em menor proporção.
"Apesar de termos assistido a uma estabilização no número de ciberataques em Portugal, esta problemática continua a registar uma tendência crescente a nível global. Por isso, as empresas e os intervenientes envolvidos devem estar cientes da importância de reforçar a estrutura de cibersegurança para que, no futuro, possamos evitar qualquer tipo de ameaça com que as organizações se deparam”, afirma o responsável da equipa de Intelligence da S21sec em Portugal, Hugo Nunes, citado num comunicado.
Lusa