“Este ano, permitiu-nos alargar o número de países que aderiram à iniciativa. Tínhamos 16, temos agora 20. Estamos a trabalhar para podermos ter mais”, adiantou a coordenadora do Centro do Atlântico, em declarações à Lusa.
Licínia Simão falava, na base das Lajes, na ilha Terceira, à margem da segunda edição do curso de segurança marítima, promovido pelo Centro do Atlântico, que arrancou hoje e decorre até sexta-feira.
Em maio de 2021, assinaram uma declaração política conjunta, que oficializou a criação do Centro do Atlântico, 16 países: Portugal, Alemanha, Angola, Brasil, Cabo Verde, Espanha, Estados Unidos da América, França, Gâmbia, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Marrocos, Reino Unido, São Tomé e Príncipe, Senegal e Uruguai.
A estes juntaram-se, entretanto, Camarões, Colômbia, Holanda e Nigéria.
Na altura, o então ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, anunciou um investimento de cerca de três milhões de euros na recuperação de um edifício para acolher a sede do Centro do Atlântico, na ilha Terceira.
A centro vai funcionar na antiga unidade de saúde da base das Lajes, que foi utilizada pela Força Aérea norte-americana e ficou desocupada aquando da redução militar que ocorreu a partir de 2015.
Questionada sobre a recuperação deste edifício, Licínia Simão disse que deverá acontecer “o mais breve possível”.
“Queremos mesmo muito que se comece a recuperação das instalações. Depois de começar, vamos ter cerca de um ano de obras a decorrer. Eu espero que esta ministra possa vir aqui lançar a primeira pedra e a inaugurar as instalações e possamos ter uma equipa permanentemente nas Lajes a reforçar a dinâmica da base aérea”, adiantou.
O curso de segurança marítima, realizado pelo segundo ano na base das Lajes, tem inscritos 30 auditores de nove países atlânticos (Angola, Brasil, Camarões, Estados Unidos da América, Gana, Guiné-Bissau, Marrocos, Portugal e Senegal).
Subordinado ao tema “Segurança Marítima e Segurança Humana”, o curso conta com a participação de oradores portugueses e estrangeiros de instituições como a NATO, as Nações Unidas, a União Europeia e instituições académicas internacionais.
A iniciativa é organizada pelo Centro do Atlântico, em parceria com o Instituto da Defesa Nacional, o Comité de Perspetiva de Género da NATO e o Ministério da Defesa dos Camarões, e com o apoio do Governo Regional dos Açores e da Base Aérea n.º 4.
Segundo Licínia Simão, este curso é, para já, a “atividade mais significativa” e que “mobiliza mais pessoas” do Centro do Atlântico, que pretende “promover a capacitação na área da segurança e do Atlântico”.
“Permite juntar pessoas de todo o Atlântico, com contextos profissionais diversos. Temos oficiais das forças armadas, da polícia, das outras áreas da segurança, mas também civis, académicos e gente que vem da área do privado", afirmou.
"Representa uma oportunidade de darmos a conhecer o centro e de promovermos essa partilha de conhecimento nesta área da segurança marítima em particular”, acrescentou.
No primeiro ano de atividade, para além destes cursos e de seminários, realizados em Lisboa, o Centro do Atlântico produziu “relatórios sobre capacitação no domínio da segurança marítima”, criou um “prémio de investigação”, em parceria com a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), e iniciou alguns diálogos para desenvolver “iniciativas de capacitação em África”.
“Ainda estamos nesta fase de chegar aos outros e dar a conhecer o Centro do Atlântico”, explicou.