“’Lightyear’ é uma história de um peixe fora de água”, afirmou. “É um herói fora do seu próprio tempo”, continuou, alguém que está “encurralado num futuro que não reconhece e desesperadamente a tentar voltar ao passado para corrigir o erro da sua juventude”.
O título, que demorou cinco anos e meio a completar, revela a história de origem de uma das figuras centrais de “Toy Story” e é o primeiro filme de ficção científica da Pixar. Além de um casal de lésbicas, o que levou a que fosse banido no Médio Oriente, tem naves espaciais, o Comando Estelar, planetas com espécies alienígenas, robôs e o temido Zurg.
“’Lightyear’ é uma celebração dos filmes de ficção científica em geral, mas também inspirado pelo lado negro da nostalgia e o perigo de viver no passado”, afirmou MacLane. “Como realizador, é o filme que eu sempre quis fazer”.
Angus MacLane explicou que a ideia foi fazer o filme no qual é baseado o brinquedo Buzz Lightyear oferecido a Andy em “Toy Story: Os Rivais”, a estreia da Pixar em 1995. Por isso, é um filme espacial dos anos 1990, com um design do futuro “neo-retro”.
“‘Lightyear’ é o filme que o Andy viu que mudou a sua vida”, disse MacLane. Aqui Buzz não é um brinquedo, é um humano, alguém que se leva muito a sério – fazendo com que a comédia derive da sua seriedade excessiva com o trabalho.
Na conferência de lançamento do filme, em que a Lusa participou, o realizador disse que a intenção era criar uma história que mostrasse a essência de Buzz Lightyear e no processo descobrir qual o traço unificador do seu caráter.
“Este é um personagem está em desacordo com o que o rodeia”, descreveu MacLane. “Buzz tem sempre uma discordância com a natureza da realidade. Em ‘Toy Story’, pensa que é um Ranger do Espaço e Woody discorda”, lembrou.
Neste filme Buzz é mesmo um Ranger do Espaço e a ação desenrola-se depois de ele e a sua equipa ficarem presos num planeta hostil a 4,2 milhões de anos-luz da Terra. O elemento central é o tempo, porque a sua missão para tentar regressar a casa leva-o a viajar para o futuro.
“Todos nos perguntamos como seria voltar atrás no tempo, mas em vez disso estamos sempre a ir em frente. Essa era a verdade que eu queria construir para ‘Lightyear’”, afirmou MacLane. “Nostalgia pelo passado ao mesmo tempo que salta rapidamente para o futuro”.
A preparação para este filme incluiu uma visita ao Johnson Space Center em Houston, Texas, guiada pelos astronautas Tom Marshburn e Kjell Lindgren.
Na apresentação, Angus MacLane falou do pequeno ajudante de Buzz que é introduzido no filme, um gato robótico chamado Sox. Ele “rouba a cena” tornando-se num elemento distinto e vital para o avanço da narrativa.
Também foi referida a parte controversa do filme, o beijo de um casal de lésbicas que tinha sido retirado e acabou por ser reintroduzido.
“É um momento tocante”, disse a produtora Galyn Susman na conferência com jornalistas. “Ajuda o Buzz a ver a vida que está a ser vivida à sua frente pela sua melhor amiga. Ele não tem esse tipo de relações. Não tem filhos, não tem o que ela tem”.
Por isso, “era muito importante para nós que fosse reintroduzido, e estamos muito entusiasmados com isso”, referiu a produtora.
“Lightyear” estreia-se nos cinemas em Portugal a 16 de junho. A versão portuguesa tem as vozes de Tiago Retrê (Buzz), Martinho Silva (Mo Morrison), Angie Costa (Lewis), Sabri Lucas (Eric/Deric) e Ana Sofia Martins (Alisha).
Lusa