“Schengen é a confiança de que podemos proteger as fronteiras a União Europeia, mas também a confiança de que a Bulgária começou um caminho europeu, respeitará o Estado de direito e castigará as pessoas que infrinjam a lei”, disse o primeiro-ministro, citado pela agência espanhola Efe.
Nikolai Denkov esteve hoje de manhã no aeroporto da capital búlgara, Sofia, para dar as boas-vindas a um grupo de passageiros de um voo procedente de Berlim.
Na cerimónia, o primeiro-ministro em funções disse ser um “otimista moderado” em relação à possibilidade de esta adesão ao espaço Schengen, agora parcial, se estenda também às fronteiras terrestres no próximo ano.
“Sei que se está à espera de um momento mais adequado politicamente depois das eleições europeias [do início de junho], talvez depois das eleições austríacas [setembro ou outubro] para tomar uma decisão” a esse respeito, afirmou Denkov.
A Roménia e a Bulgária foram esta madrugada parcialmente incorporadas no espaço Schengen, com livre circulação de pessoas e mercadorias apenas por via aérea e marítima, numa entrada gradual que os países da UE acordaram em 30 de dezembro por unanimidade.
No pacto alcançado, a Áustria, que se opõe a uma entrada total daqueles dois países, compromete-se a chegar a um acordo mais estreito com a Roménia e a Bulgária para o fim dos controlos rodoviários e ferroviários nas fronteiras terrestres, tal como acontece com os restantes países da região Schengen.
O primeiro-ministro da Bulgária explicou esta manhã que dependerá, por um lado, da situação política do país, que está a caminho das sextas eleições legislativas em três anos, depois de falhar a segunda tentativa de formar um novo Governo após a recente rutura do acordo entre os dois maiores partidos para uma rotação no poder.
Por outro lado, é preciso que os partidos de extrema-direita com posições antieuropeia não saiam fortalecidos das eleições europeias nem das eleições austríacas, acrescentou Nikolai Denkov.
O ministro do Interior da Bulgária, Kalin Stoyanov, assinalou a adesão parcial ao espaço Schengen como uma “data histórica”.
“Não esqueçamos que há apenas alguns meses, a possível adesão do nosso país ao espaço Schengen foi totalmente bloqueada. Estou orgulhoso do trabalho do Ministério do Interior que, sob minha gestão, conseguiu os resultados necessários para nos tornarmos membros de Schengen”, afirmou.
O ministro associou os progressos na adesão aos esforços da Bulgária para impedir a entrada de migrantes irregulares provenientes da fronteira turca, uma das rotas habituais da imigração clandestina para a União Europeia.
Lusa