Uma saída desordenada do Reino Unido da União Europeia em 12 de abril é agora “o cenário provável”, assumiu hoje a Comissão Europeia, indicando que o bloco comunitário está “plenamente preparado” para um ‘Brexit’ sem acordo.
“Um cenário de não-acordo em 12 de abril é agora o cenário provável. A União Europeia tem-se preparado desde dezembro de 2017 e está agora plenamente preparada para um cenário de ausência de acordo à meia noite de 12 de abril. A União Europeia vai manter-se unida”, asseverou o executivo comunitário num curto comunicado.
Lamentando a terceira rejeição do Acordo de Saída pela Câmara dos Comuns, Bruxelas vinca que “em nenhuma circunstância” os benefícios contidos naquele texto, incluindo o período de transição, serão “replicados num cenário de não-acordo”.
“Pequenos acordos setoriais não são uma opção”, sublinhou a Comissão.
De visita à Polónia, onde prossegue a sua ronda de “consultas” junto dos 27 sobre o ‘Brexit’, o negociador-chefe comunitário, Michel Barnier, lamentou o desfecho da votação de hoje na Câmara dos Comuns.
“O Reino Unido tem de indicar o caminho que pretende seguir antes do Conselho Europeu de 10 de abril”, escreveu na sua conta na rede social Twitter.
Os deputados britânicos rejeitaram hoje pela terceira vez, agora por 58 votos, o Acordo de Saída do Reino Unido do bloco comunitário abrindo as portas a um ‘Brexit’ desordenado em 12 de abril.
Na sequência da rejeição do Acordo de Saída pela Câmara dos Comuns, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, decidiu convocar um Conselho Europeu extraordinário para 10 de abril.
Os 27 tinham concordado em 21 de março com uma extensão do Artigo 50.º até 22 de maio, desde que o Acordo de Saída fosse aprovado pela Câmara dos Comuns até hoje, estipulando uma prorrogação até 12 de abril caso o texto fosse novamente chumbado.
Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) vão assim reunir-se em Bruxelas a dois dias daquela que é nova data fixada para o ‘Brexit’.
O Acordo de Saída, de 585 páginas, estabelece os termos da saída do Reino Unido da UE para que se faça de forma ordenada e estabelece um quadro jurídico quando os Tratados e a legislação da UE deixarem de se aplicar ao Reino Unido.
O texto já tinha sido chumbado em 12 de março por 391 votos contra e 242 votos a favor, uma diferença de 149 votos, repetindo o chumbo de 15 de janeiro, quando o Acordo foi rejeitado por 432 votos contra e 202 a favor, uma margem histórica de 230 votos.
LUSA