Theresa May insta Bruxelas a considerar as suas propostas de forma “séria” depois de na sexta-feira ter chegado a um consenso com os seus ministros sobre um plano para a futura relação bilateral. Este plano será aplicável depois do período transitório de 21 meses após a saída dos britânicos da UE, prevista para 29 de março de 2019.
O plano, que inclui a criação de um mercado comum de bens da comunidade britânica, harmonizado a nível normativo e aduaneiro, suscitou críticas entre os deputados conservadores mais eurocéticos, que ameaçam desestabilizar a liderança, noticia a agência Efe, citando o jornal britânico.
Para estes parlamentares, que, segundo o jornal, preparam uma carta para promoverem uma mudança de líder, a chefe do executivo considera que o desafio atual consiste em “fazer com que a UE leve o assunto a sério e que se sente à mesa das negociações com os britânicos".
A chefe do executivo assegura ainda que não “dececionará” os 52% de britânicos que votaram a favor do ´Brexit` no referendo de 23 de junho de 2016.
Os deputados pró-´brexit`, chefiados pelo aristocrata Jacob Rees-Mogg, lamentaram que o plano que o governo apresentará esta semana à UE num Livro Branco seja equivalente a permanecer “ligado ao bloco”.
E consideram que, tal facto, dificultará a possibilidade de fecharem tratados comerciais com outros países.
O The Sunday Times explica que na reunião da passada sexta-feira na residência oficial de campo de Chequers, onde se chegou ao consenso, houve vozes muito discrepantes entre os ministros, ainda que, no final, todos tenham acatado a decisão da maioria.
Entre as vozes discordantes – mencionadas no jornal – contam-se a do ministro dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, que terá afirmado que o “plano é uma bosta” e defendê-lo será “como polir uma bosta”.
Num artigo conjunto no mesmo jornal, os ministros da Economia, Philip Hammond, e dos Transportes, Chris Grayling, insistem que o que se acordou em Chequers, no sudeste de Inglaterra, é um acordo de ´brexit` "pragmático e com princípios, que funciona tanto para o Reino Unido como para a UE".
Na segunda-feira, Theresa May explicará o seu plano ao grupo parlamentar conservador na Câmara dos Comuns, enquanto os chefes de diplomacia do partido continuam a reunir-se com os deputados a fim de chegarem a consenso.