A paralisação nacional, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) e pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), termina apenas no dia 2 de janeiro e nas primeiras horas de protesto está a ter uma forte adesão.
“Milhares de bombeiros aderiram à greve” no início do turno noturno, segundo o STAL que apresenta os primeiros dados apurados: “Nos corpos de bombeiros de Setúbal, Coimbra, Figueira da Foz, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Santarém, Porto e Madeira apenas funcionam os serviços mínimos”.
Em causa estão dois decretos-lei, aprovados em outubro em Conselho de Ministros, que vieram regular o Estatuto dos Bombeiros Profissionais da Administração Local e o respetivo regime de aposentação.
Para os sindicatos, a proposta do Governo é “um retrocesso grave em relação à legislação em vigor”, uma vez que “desvaloriza salários, restringe a possibilidade de progressão remuneratória e penaliza a aposentação”.
Os bombeiros exigem a dignificação e valorização da carreira, o direito a aposentação e reforma condignas, entre outras exigências tais como a manutenção da carreira com atividade e funções de prestação permanente de socorro, distinguindo-se de outras carreiras que intervêm apenas na atividade funções de prevenção, nomeadamente de incêndios florestais.
Não restringir nem limitar a promoção às categorias e postos superiores, manter a idade de ingresso e os atuais limites de idade da carreira ou organizar o trabalho em regime de horário de 12 horas de prestação consecutivas, sem prejuízo da igualdade do período normal de trabalho de 35 horas semanais são outras das reivindicações dos bombeiros.
Um outro balanço feito hoje de manhã pela Associação Nacional de Bombeiros Profissionais/ Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP/SNBP) também já apontava para elevadas percentagens de adesão.
A greve dura até 02 de janeiro e ocorre em todas as cidades onde existam sapadores bombeiros e bombeiros municipais.
Mas, o presidente da ANBP, Fernando Curto, garantiu à Lusa que durante a greve “o socorro está garantido” e “toda a população pode estar descansada que os bombeiros estarão lá, porventura até mais, porque ficam mais bombeiros no quartel do que nos outros dias, e todos os outros serviços estão assegurados”.
A paralisação dos bombeiros afeta apenas os serviços de prevenção, prevenção a espetáculos, serviços administrativos.
C/ LUSA