A informação sobre a publicação da obra, da autoria do jornalista ucraniano Sergii Rudenko, surge no mesmo dia em que Zelensky se dirige ao parlamento português, por videoconferência, para pedir ajuda para a guerra que o seu país trava, desde 24 de fevereiro, contra as tropas ocupantes mandatadas pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
Simplesmente intitulado “Volodymyr Zelensky: Biografia”, o livro conta, em 38 capítulos, a história de vida daquele que muitos consideram ter percorrido um caminho improvável, de ator cómico numa série televisiva em que desempenhava o papel de Presidente da Ucrânia a verdadeiro chefe de Estado ucraniano que, em tempo de guerra, tem sido louvado por se comportar como um verdadeiro Estadista.
Sergii Rudenko – chefe de redação da estação televisiva ‘online’ ucraniana Espreso TV e autor de uma coluna semanal no portal da internet da estação de rádio e televisão alemã Deutsche Welle – aborda, na obra, as diversas etapas da vida de Zelensky, da sua infância em Kryvyi Rih à guerra russo-ucraniana de 2022, e escreveu os últimos capítulos num abrigo antiaéreo durante os ataques com mísseis do exército russo ao país.
Com um ângulo totalmente independente, já que não tem qualquer ligação direta ao biografado ou ao seu Governo, o jornalista começa por apresentar um Presidente eleito em tempo de paz que se tornou um Presidente em tempo de guerra.
“Em episódios que destacam a subida ao poder de Zelensky da forma mais honesta e aberta quanto possível, e sem retoques, lemos sobre o triunfo de Zelensky em 2019, mas também sobre as suas diversas derrotas no Olimpo político”, indica a editora.
“A história do homem que, sem qualquer experiência política ou conhecimento relevante, prometeu aos ucranianos mudar o país. Um homem com a confiança de 13,5 milhões de eleitores. Uma pessoa que compreendeu [que] confiança implica responsabilidade”, prossegue.
Entre as pessoas que contribuíram para esta biografia, contam-se políticos ucranianos como Roman Bezsmertny, Geo Leros e Ruslan Ryaboshapka, mas também cientistas e analistas políticos como Viktor Bobyrenko, Serhiy Haidai e Kost Bondarenko, refere a Casa das Letras.
O livro aborda ainda a mudança da opinião pública sobre Zelensky, que passou de um Presidente com poucos êxitos e um baixo nível de popularidade a protetor do seu povo, defendendo não só a Ucrânia, mas a liberdade da Europa.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa – justificada por Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 57.º dia, já matou mais de 2.000 civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito mais elevado.