"Mesmo que as contas venham a ser apreciadas negativamente, como deram a entender o PSD e o CDS, que já manifestaram que não iriam dar a sua apreciação favorável [na votação na assembleia municipal], os únicos que estão efetivamente preocupados em gerir a cidade do Funchal, manter a qualidade de vida, a prosperidade económica, amparar a crise social e económica que assola a cidade, são [os eleitos da] coligação Confiança”, referiu Miguel Gouveia, na assembleia municipal.
Em 2017, a coligação Confiança, formada por PS, BE, PDR e Nós, Cidadãos, ganhou as eleições autárquicas no concelho madeirense do Funchal, reelegendo o independente Paulo Cafôfo que, entretanto, deixou a Câmara ao ser eleito deputado à Assembleia Legislativa da Madeira e foi substituído pelo economista Miguel Gouveia.
Para o responsável pela maior autarquia do arquipélago da Madeira, a postura do PSD e do CDS – partidos que governam a região em coligação – é de "força de bloqueio” e de tentativas de “retirar proveitos partidários eventualmente pensando já nas eleições autárquicas do próximo ano".
Miguel Gouveia salientou que as contas de 2019 "são dos melhores exercícios de sempre, com a dívida mais baixa de sempre, com a dívida a fornecedores também mais baixa de sempre, com um o prazo de pagamento de 14 dias, o que é importante numa altura em que os empresários necessitam de liquidez".
Por isso, considerou que a apreciação negativa do PSD e do CDS demonstra a existência de dois blocos "bem demarcados" na vida política da autarquia.
"Um que procura ativamente soluções para a cidade do Funchal, que procura melhorar a qualidade de vida dos funchalenses e dos seus empresário, mantendo uma matriz social bem vincada, e outro bloco que procura fazer a política da terra queimada, tentando boicotar tudo o que está ao seu alcance na tentativa de que a Câmara eventualmente possa cair", por não possuir a maioria absoluta na assembleia municipal, descreveu.
O autarca lembrou que as contas de 2019 foram votadas favoravelmente em 18 de junho em reunião de câmara, na qual a coligação Confiança tem maioria, com a abstenção do CDS e os votos contra do PSD.
Entre os vários pontos da reunião de hoje da assembleia municipal, cujos trabalhos deverão ser concluídos na segunda-feira, figuram a prestação de contas individuais e a prestação de contas consolidadas de 2019.
O PSD e o CDS consideram haver um excedente de 16 milhões de euros que deve ser investido em apoios sociais e económicos, enquanto a CDU acusa a atual liderança municipal de não cumprir as promessas que faz aos munícipes.
C/Lusa