Intervindo numa mesa redonda no âmbito da conferência "Dar energia ao mundo e preservar o planeta", organizada pelo Clube de Lisboa, o português Diogo, da Climáximo, afirmou oscilar entre a vontade de "convencer quem tem o poder" e estar "cada vez mais farto dessas pessoas que tomam decisões e se apropriam do discurso" ambientalista sem ações reais em prol de mudança.
O ativista apontou que na União Europeia se fez "um plano gigantesco para uma transição justa" do uso de combustíveis fósseis para fontes renováveis, mas aquilo a que se assiste é, por exemplo, "centrais elétricas a carvão a fecharem num lado e serem dados apoios às empresas para abrirem centrais em outros lados", sem salvaguardar os direitos dos trabalhadores.
A hondurenha Gabriela Polo considerou que é pelo voto que se pode tirar do poder "os decisores que não se alinham com o futuro" que os jovens ativistas veem como necessário, admitindo que já se generalizam mudanças de comportamentos individuais, desde mudar de hábitos alimentares a evitar viagens de avião mas que só isso pode não ser suficiente.
A brasileira Vitória Kramer, da organização Youth Climate Leaders, indicou que no caso brasileiro, onde poderosos interesses como o setores agrícola, florestal e de mineração são "predadores do ambiente", os ativistas se sentem "pequenos mas menos sozinhos com as redes" de colaboração entre organizações internacionais.
Do Japão, Monica Nagashima afirmou que em setores como o automóvel, "todas as marcas anunciaram algum tipo de veículo elétrico" mas esse tipo de produtos continuam a ser "uma pequena percentagem" da sua atividade face aos carros com motores a combustão.
O norte-americano Matt Scott defendeu que é preciso que o discurso dos jovens ambientalistas também se foque em "histórias de sucesso" no combate às alterações climáticas, indicando que também é preciso focar os benefícios como "os empregos que se criam e as melhorias na saúde para as gerações atuais e futuras" e que resultam de reduzir as emissões de gases poluentes que provocam o efeito de estufa.
Lusa