Também hoje, ataques aéreos israelitas em perseguição do Hezbollah destruíam um mercado centenário no sul do Líbano de acordo com a agência de notícias Associated Press.
O ataque em Gaza, no final do sábado, atingiu uma casa no campo de refugiados de Nuseirat, matando os pais e os seus seis filhos, com idades entre os 8 e os 23 anos, de acordo com o Hospital “Al-Aqsa Martyrs”, nas proximidades de Deir al-Balah, para onde os corpos foram levados. Um repórter da Associated Press (AP) contou os corpos.
Um ano após o início da guerra contra o Hamas, Israel continua a atacar quase todos os dias o que diz serem alvos dos militantes em Gaza. Os militares afirmam que tentam evitar ferir civis e atribuem as mortes ao Hamas e a outros grupos armados, por atuarem em zonas densamente povoadas.
Israel está agora em guerra com o Hamas em Gaza e o Hezbollah no Líbano, e espera-se que ataque o Irão em retaliação por um ataque com mísseis no início do mês, embora não tenha dito como nem quando. O Irão apoia ambos os grupos e afirmou que responderá a qualquer ataque israelita.
No norte de Gaza, as forças aéreas e terrestres israelitas têm atacado Jabaliya, onde os militares dizem que os militantes se reagruparam. Ao longo do último ano, as forças israelitas regressaram repetidamente ao campo de refugiados que remonta à guerra de 1948 em torno da criação de Israel, e a outras zonas.
Israel ordenou a evacuação total do norte de Gaza, incluindo a cidade de Gaza. Estima-se que 400.000 pessoas permaneçam no norte, após uma evacuação em massa ordenada nas primeiras semanas da guerra. Os palestinianos receiam que Israel pretenda despovoar permanentemente o norte para aí estabelecer bases militares ou colonatos judaicos.
As Nações Unidas afirmam que nenhum alimento entrou no norte de Gaza desde 1 de outubro.
Os militares confirmaram que os hospitais foram incluídos nas ordens de evacuação, mas disseram que não tinham estabelecido um calendário e que estavam a trabalhar com as autoridades locais para facilitar a transferência dos doentes.
Fares Abu Hamza, funcionário do serviço de emergência do Ministério da Saúde de Gaza, disse que os corpos de um “grande número de mártires” continuam por recolher das ruas e debaixo dos escombros.
“Não conseguimos chegar até eles”, disse à AP, afirmando que os cães estão a comer alguns restos mortais.
A guerra começou quando militantes liderados pelo Hamas invadiram o sul de Israel a 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis, e raptando cerca de 250. Cerca de 100 reféns continuam detidos em Gaza, acreditando-se que um terço esteja morto.
Os bombardeamentos israelitas e a invasão terrestre de Gaza mataram mais de 42.000 palestinianos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, e deixaram grande parte do território em ruínas. O ministério não faz distinção entre militantes e civis, mas afirma que as mulheres e as crianças representam mais de metade das mortes. Israel afirma ter morto mais de 17.000 combatentes, sem fornecer provas.
Os ataques aéreos israelitas destruíram durante a noite um mercado da era otomana na cidade de Nabatiyeh, no sul do Líbano, matando pelo menos uma pessoa e ferindo outras quatro. A Defesa Civil do Líbano informou que combateu os incêndios em 12 edifícios residenciais e 40 lojas do mercado, que data de 1910.
As forças armadas israelitas afirmaram ter atingido alvos do Hezbollah, sem entrar em pormenores.
Pelo menos 2.255 pessoas foram mortas no Líbano desde o início do conflito, incluindo mais de 1.400 desde setembro, segundo o Ministério da Saúde libanês, que não indica quantos eram combatentes do Hezbollah.
Pelo menos 54 pessoas foram mortas em ataques com rockets contra Israel, quase metade das quais soldados.
Lusa