"Um grupo armado de mais de 200 homens da tribo árabe Al Miseriya atacou na quarta-feira a aldeia de Lou Sabiha e repetiu hoje os seus ataques nas áreas Amiet e Noong de Abyei", indicou em declarações à agência Efe, Ajak Deng Mian, porta-voz da administração local de Abyei.
"Pelo menos 41 civis foram mortos e mais de 20 ficaram feridos em resultado destes ataques", acrescentou o porta-voz.
Os atacantes atearam fogo às casas, saquearam 3.000 vacas e raptaram cinco pessoas", disse ainda.
As autoridades locais em Abyei apelaram à intervenção de forças internacionais na área para proteger civis indefesos destes "ataques bárbaros", acrescentou a mesma fonte.
A região de Abyei, rica em petróleo, palco de frequentes ataques e confrontos tribais, goza de um estatuto especial desde 2005, no quadro de um acordo de paz que deu aos cidadãos da região o direito de votarem num referendo para permanecerem no Sudão ou no Sudão do Sul.
O referendo não teve lugar porque o governo sudanês e as autoridades do Sudão do Sul não chegaram a acordo sobre a sua realização.
O Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia começou por demarcar as fronteiras na região, mas o governo sudanês não reconheceu essa decisão.
A região mantém-se sob a proteção da Força Provisória das Nações Unidas em Abyei (UNISFA), criada em 2011 para atuar como observadora em face às tensões entre os dois países, e mandatada para utilizar a força em caso de necessidade de proteger civis e trabalhadores humanitários.
Lusa