"Os níveis de anticorpos que neutralizam a Ómicron após uma terceira dose da Vaxzevria [vacina contra a covid-19] foram globalmente similares aos níveis alcançados após as duas doses contra a variante Delta", detalhou a farmacêutica em comunicado.
"Os níveis observados após uma terceira dose foram maiores do que os anticorpos encontrados em indivíduos que haviam sido previamente infetados e recuperaram-se naturalmente" das variantes Alfa, Beta, Delta e cepas originais do SARS-CoV-2, referiu o laboratório.
O estudo da terceira dose foi conduzido "independentemente" por investigadores da Universidade de Oxford com quem a farmacêutica desenvolveu a sua vacina.
"É muito encorajador ver que as vacinas atuais têm o potencial de proteger contra a Ómicron após uma terceira dose de reforço", declarou John Bell, um dos investigadores que conduziram o estudo.
O laboratório anglo-sueco anunciou paralelamente, noutro comunicado à imprensa, que o seu ‘cocktail’ de anticorpos de longa ação para a prevenção da covid-19 Evusheld "mantém a sua atividade neutralizadora contra a variante Ómicron”, segundo um estudo da Universidade de Oxford e da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, nos Estados Unidos.
Vários estudos recentes, realizados em laboratório, mostram que a taxa de anticorpos diminui contra a variante Ómicron em pessoas vacinadas com Pfizer/BioNTech, Moderna e ainda mais com a vacina da AstraZeneca ou a chinesa Sinovac.
A Pfizer/BioNTech e a Moderna também anunciaram recentemente que uma dose de reforço parece aumentar significativamente a imunidade por anticorpos, mas faltam dados sobre quanto tempo essa proteção dura.
O responsável pela Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou na quarta-feira contra a ilusão de que bastaria administrar doses de reforço para sair da pandemia da covid-19.
"Nenhum país será capaz de sair da pandemia com doses de reforço e este reforço [da vacina] não é um sinal verde para comemorar, como já avisamos anteriormente”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.