A Associação de Lesados do Banif tem marcadas reuniões nos próximos dias com os Governos dos Açores e da Madeira e fará sessões de esclarecimento nos arquipélagos para os clientes que perderam dinheiro com investimentos em títulos do grupo.
Segundo fonte oficial da Associação de Defesa dos Lesados do BANIF (Alboa), na segunda-feira da próxima semana, 06 de junho, haverá reunião com o presidente do Governo regional dos Açores, Vasco Cordeiro, e na quarta-feira, dia 8, é a vez do encontro com o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque.
"Vamos expor a situação e partilhar os nossos pontos de vista e as expectativas da Associação de Lesados, para que possam ser uma ponte na solução deste problema", afirmou à Lusa fonte oficial da Alboa.
Também nos próximos dias a associação vai promover sessões de esclarecimento para os clientes que se sentem lesados saberem das ações que estão a ser preparadas e, sobretudo, segundo fonte oficial, para "pacificar os ânimos" uma vez que há muitos clientes que estão "muito revoltados".
Já hoje há uma sessão às 20:00 na ilha do Pico, no centro social e paroquial da freguesia das Ribeiras; no domingo (05 de junho) há outra sessão às 20:30 na ilha de São Miguel, no centro social da freguesia de Vila Franca do Campo; e a 08 de junho (quarta-feira) haverá uma sessão na ilha da Madeira, na sala de conferências do Instituto de Emprego da Madeira.
A associação Alboa representa clientes que investiram em obrigações do Banif e da Rentipar (‘holding’ através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação no Banif), assim como em ações do banco.
No caso das obrigações subordinadas do Banif, que ficaram no designado ‘banco mau’ e por isso é pouco provável que os clientes consigam reaver o investimento, estão em causa cerca de 263 milhões de euros.
A Lusa noticiou em 14 de maio que a Associação de Lesados do Banif está em negociações com o Santander Totta para encontrar uma solução para os obrigacionistas subordinados do Banif, que ficaram no ‘banco mau’, que lhes permita recuperar o dinheiro investido.
Então, segundo fonte oficial da Alboa, o Santander Totta comprometeu-se a apresentar em quatro semanas uma proposta para solucionar o problema, mas sem novidades para já.
As obrigações subordinadas são as últimas a serem pagas no caso de falência das entidades emitentes desses títulos de dívida.
Em 20 de dezembro do ano passado, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a criação da sociedade-veículo Oitante, para a qual foram transferidos os ativos que o Totta não quis comprar.
O Banif S.A. ficou unicamente com as posições dos acionistas e dos obrigacionistas subordinados. Neste ‘banco mau’ – à semelhança do BES "mau" – ficaram ainda as operações que o banco tinha no Brasil e em Cabo Verde.