O Parlamento Europeu (PE) vota em 06 de julho o Ato Delegado Complementar de Taxonomia da União Europeia “que classifica o gás fóssil e o nuclear como atividades ‘verdes’”, algo que a Zero quer ver chumbado.
“A Zero apela aos eurodeputados portugueses para votarem contra esta classificação de forma a impedirem esta proposta da Comissão Europeia de ser viabilizada e promete que irá tornar visível o sentido de voto dos partidos e de cada um dos eurodeputados no que respeita aos seus compromissos com o combate às alterações climáticas e à sustentabilidade”, lê-se num comunicado da associação ambientalista.
A Zero afirma ainda que a guerra na Ucrânia “tem manifestado os perigos de dependermos de combustíveis fósseis importados”, pelo que considera que “é urgente” orientar o financiamento para garantir a independência energética da União Europeia.
“Prosseguir com os esforços para limitar o aumento da temperatura global em 1,5°C não deixa espaço para os combustíveis fósseis e para o nuclear. Uma maior fração de fontes de energia renovável a par de investimentos na eficiência é o caminho a seguir para uma maior resiliência, independência energética e preços mais baixos”, defende a Zero.
A aprovação da proposta da Comissão Europeia iria por em causa os objetivos climáticos europeus, nomeadamente no que diz respeito ao gás natural, que representa emissões poluentes, da extração à queima, refere a associação ambientalista, sublinhando que aumentaria, em vez de reduzir, a dependência energética externa.
Agravaria também a dependência face ao fornecimento de gás russo, contrariando a estratégia de uma independência total face à Rússia.
Quanto à energia nuclear, a Zero sublinha que esta aposta não resolve a curto ou médio prazo nem a crise energética nem a crise climática.
“As centrais nucleares levam 10 a 19 anos do planeamento à operação. Esses prazos significam que as centrais nucleares não podem contribuir para aumentar a segurança energética da UE e reduzir as emissões de carbono com rapidez suficiente”, refere a Zero.
Apostar no nuclear, segundo a associação, seria também errado pelo desvio de recursos das energias renováveis que implicaria e por atribuir erradamente uma “classificação verde”, para além do “risco de acidentes catastróficos” e de por em causa a “segurança energética da União Europeia”, já que “20% do urânio da União Europeia é importado da Rússia”.
Lusa