“Apelar a todos para que de facto nos solidarizemos com aqueles irmãos que estão deslocados na província de Cabo Delgado”, disse Francisco Chimoio, por ocasião da passagem da Páscoa, em declarações à Televisão de Moçambique.
Para o arcebispo, o apoio aos deslocados vai minimizar o seu sofrimento, numa altura em que os “terroristas estão sempre a semear luto e a destruir infraestruturas” naquela província do norte de Moçambique.
“Nós sabemos que os terroristas estão a fazer com que tantos dos nossos irmãos vivam numa constante angústia, então a nossa solidariedade com eles vai minimizar o seu sofrimento”, declarou o arcebispo.
Francisco Chimoio pediu ainda a união de “todas as forças possíveis”, incluindo aos países vizinhos, para que “a tragédia conheça o quanto antes o seu fim” e os moçambicanos possam viver em paz.
“Os países vizinhos, por onde passaram esses insurgentes, devem também ser solidários com o nosso sofrimento para que juntos possamos criar uma paz verdadeira, uma paz que realmente vai permitir a todos viver tranquilos”, concluiu.
A violência desencadeada há mais de três anos na província de Cabo Delgado ganhou uma nova escalada há pouco mais de uma semana, quando grupos armados atacaram pela primeira vez a vila de Palma, que está a cerca de seis quilómetros dos multimilionários projetos de gás natural.
Os ataques provocaram dezenas de mortos e obrigaram à fuga de milhares de residentes de Palma, agravando uma crise humanitária que atinge cerca de 700 mil pessoas na província, desde o início do conflito, de acordo com dados das Nações Unidas.