“O intercâmbio cultural é sempre o criar de pontes, uma fácil maneira de desenvolver encontros entre os países e outras culturas. Nós, Portugal, e a Venezuela, beneficiaríamos muito com uma maior aproximação a nível artístico”, disse.
Carlos de Sousa Amaro falava à Agência Lusa em Caracas, à margem do encerramento do 9.º Festival Europeu de Jovens Solistas em que Portugal esteve representado, de maneira virtual, pelo pianista Vasco Dantas e que teve lugar no Centro de Ação Social pela Música, criado pelo Sistema Nacional de Orquestras e Coros Juvenis e Infantis da Venezuela, conhecido popularmente por Sistema.
O diplomata chamou a atenção de que “os venezuelanos também têm uma grande riqueza nas artes plásticas, em criatividade e tudo isso contribuiria para uma aproximação entre os povos”.
“Nós temos também no sistema de orquestras lusodescendentes, que podem mais facilmente fazer essa ponte entre os dois países. Seria de facto muito produtivo, muito positivo, haver uma maior aproximação entre uns e outros (artistas portugueses e venezuelanos), entre jovens que têm em comum o amor e o talento pela música e pelas artes plásticas”, frisou o embaixador de Portugal.
Carlos de Sousa Amaro, destacou ainda que “o Sistema venezuelano de orquestras é uma obra social notável, que produziu mais de um milhão de grandes músicos” entre eles o conhecido Gustavo Dudamel, responsável pela Orquestra Sinfónica de Paris.
“Há aqui uma combinação de elementos, de fatores. É muito importante que os países membros da União Europeia tenham a oportunidade de mostrar os melhores, ou dos melhores, talentos que temos entre jovens músicos da Europa”, explicou o embaixador.
Com relação ao pianista que representou Portugal, o diplomata lamentou que não tenha podido estar presente em Caracas, mas que é com grande orgulho que esteve na sua atuação virtual”, sublinhando que “é um jovem que tem um palmarés, uma lista de prémios internacionais notável”.
“Espero que o Vasco Damas Rocha possa vir (proximamente) à Venezuela”, disse.
O diplomata insistiu na importância do “intercâmbio entre músicos entre talentos” europeus e os venezuelanos.
Além do pianista português Vasco Dantas, o 9.º Festival Europeu de Jovens Solistas o festival reúne também as pianistas Luana Kaslin, da França, e Joanna Sochacka, da Polónia. Também Theo Plath (concertina), da Alemanha, David Antigüedad (guitarrista), da Espanha, Gergely Lukács (tuba) da Hungria e Sebastián Braun (violoncelista), da Suíça.
Pela parte venezuelana participou o Coro Femenino Aequalis Aurea, a Agrupação Schola Cantorum da Venezuela e a Escola de Música Mozarteum de Caracas.
A programação incluiu 11 classes magistrais, presenciais e em linha, em que participam mais de três dezenas de jovens músicos venezuelanos.
O pianista português Vasco Dantas Rocha nasceu em 1992 no Porto e já ganhou mais de 50 prémios e distinções em concursos internacionais, entre eles o Grande Prémio no Concurso Internacional de Piano de Valletta (Malta), o Prix Spécial no Concurso Internacional de Piano SAR La Princesse Lalla Meryem (em Marrocos).
Também o 1.º Prémio no Internacional Cidade de Vigo (em Espanha) e no Internacional do Porto Santa Cecília e Interpretação Estoril-Lisboa, a Medalha de Mérito Dourada (de Matosinhos), o Prémio Casa da Música e Münster Steinway & Sons (Alemanha).
Começou a estudar piano aos 4 anos de idade e dois anos depois fez a sua primeira apresentação pública, na RTP. Em 2000 foi admitido com distinção no Conservatório de Música do Porto, onde estudou com Rosgard Lingardson.
Paralelamente ao piano, aos 7 anos de idade começou a estudar violino. Formou-se em Música no Royal College of Music de Londres, sob a supervisão pianística de Dmitri Alexeev e Niel Immelman.
Estudou ainda direção com Peter Stark e Natalia Luis-Bassa e possui o mestrado em performance e o doutoramento "Konzertexamen" dirigido por Heribert Koch na Universidade de Münster.