A droga foi descoberta por agentes aduaneiros em Santos, o maior porto da América Latina, e pela Polícia Federal, após uma operação "complexa" de 48 horas que exigiu que as autoridades aquecessem a gordura vegetal para a derreter, permitindo a remoção das pastilhas de cocaína.
"Devido às características do produto, que se solidifica à temperatura ambiente, a remoção dos comprimidos de cocaína converteu-se num desafio", disse a Alfândega Federal de Santos, em comunicado, citada pela agência Efe.
Os 1.273 quilos de cocaína foram escondidos num carregamento de 23 toneladas de gordura vegetal, num contentor utilizado especialmente para o transporte de carga líquida.
A droga foi descoberta graças a imagens de ‘scanner’, que permitiram detetar objetos sólidos suspeitos na gordura vegetal.
A Polícia Federal indicou que abriu uma investigação para tentar identificar os proprietários da cocaína.
Esta não é a primeira vez que os traficantes utilizam carregamentos invulgares para tentar esconder drogas destinadas à Europa a partir do porto de Santos.
Em operações anteriores, foi descoberta cocaína em carregamentos de produtos como geradores elétricos, sucata metálica, mármore ou lingotes de chumbo.
O porto de Santos tornou-se num dos mais utilizados por traficantes para tentar enviar cocaína para a Europa.
Este ano, as autoridades já apreenderam quase oito toneladas no porto de Santos, em 15 operações.
Em 2020, foram descobertas 20,5 toneladas, depois de no ano anterior as autoridades terem apreendido uma quantidade recorde de 27 toneladas.