"Com a Ita nasce uma nova e importante companhia aérea italiana, com perspetivas de desenvolvimento significativas e que será capaz de competir no mercado nacional e internacional", afirmou em comunicado o ministro das Infraestruturas, Enrico Giovannini.
O Governo italiano, liderado por Mario Draghi, estava há meses em negociações com Bruxelas para criar a nova companhia aérea, Ita, a partir da Alitalia, que vivia uma precária situação patrimonial e que esteve perto do colapso várias vezes nos últimos anos.
As negociações foram concluídas "positivamente" e levaram a "encontrar uma solução que permite contribuir eficazmente para impulsionar o setor aéreo nacional", segundo Giovannnini.
Os funcionários da Alitalia que "podem ser contratados pela nova empresa são 2.800 em 2021 e 5.750 em 2022", disse, por sua vez, o ministro do Desenvolvimento Económico, Giancarlo Giorgetti, numa nota.
A nova companhia vai apostar na inovação e na digitalização, em linha com os princípios expostos no Plano de Recuperação aprovado por Roma, na sequência da crise pandémica.
A Alitalia, que estava em processo de falência desde maio de 2017, não conseguiu atrair o interesse de qualquer sócio para comprar a totalidade do seu negócio.
O Governo italiano disse no ano passado que queria criar uma empresa nova, chamada Ita Spa, que receberia uma injeção inicial de 3.000 milhões de euros e assumiria os ativos sãos da Alitalia.
Desde 2017, o Governo italiano entregou à Alitalia dois empréstimos no valor total de 1.300 milhões de euros para garantir a sua operacionalidade, mas o dinheiro não foi devolvido e a Comissão Europeia está a averiguar se foram ajudas públicas, sem haver ainda uma decisão.
Além disso, desde o ano passado a companhia recebeu cerca de 300 milhões de euros em ajudas para empresas afetadas pela pandemia, com ‘luz verde’ de Bruxelas.
A Comissão Europeia disse em comunicado ter "registado o anúncio feito hoje por Itália sobre o lançamento da Ita", sem falar em acordo, mas explicando que vai continuar "em estreito contacto com as autoridades italianas" para garantir que a nova empresa será criada em conformidade com as regras vigentes em matéria de ajudas do Estado.