“Expliquei, em nome da Alemanha, ao Conselho de ministros da Saúde da UE que iríamos discutir bilateralmente com a Rússia para saber, antes de mais nada, quando e que quantidades poderiam ser entregues”, afirmou o ministro em declarações à rádio pública regional WDR.
Jens Spahn justificou a sua decisão explicando que a Comissão Europeia tinha anunciado que não negociaria em nome dos 27 a compra do fármaco Sputnik V, ao contrário do que tem feito com outras vacinas contra a covid-19.
A questão do uso da Sputnik V é polémica na Europa. Recentemente, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros criticou a Rússia por fazer da sua vacina uma ferramenta de “propaganda política” no mundo.
As entregas da vacina russa “devem acontecer nos próximos dois a quatro/cinco meses” para fazer diferença na situação atual da Alemanha, defendeu Jens Spahn, que tem sido criticado pela lentidão com que tem decorrido a campanha de vacinação na Alemanha.
Apesar de ser um dos países mais ricos da União Europeia, a Alemanha só administrou, até agora, 17,99 doses de vacinas anti-covid-19 por cada 100 habitantes do país, um valor que fica bastante abaixo da média dos 27, que se situa nas 18,58 unidades por centena de pessoas.
Moscovo, por seu lado, só tem conseguido entregar pequenas quantidades da sua vacina, já que não tem capacidade para produzir o suficiente e decidiu dar prioridade à população russa.
Desde a primeira injeção de vacina, dada no dia a seguir ao Natal, a Alemanha já comprou três tipos de fármaco: o da Pfizer/BioNTech, o da Astrazeneca, sob condições, e o da Moderna.
Uma quarta vacina, da Johnson & Johnson, deverá ser distribuída por toda a União Europeia nas próximas semanas.
C/Lusa