A data-limite era a próxima sexta-feira, 28 de maio, mas a ESA comunicou a extensão do prazo para 18 de junho para dar possibilidade aos lituanos de concorrerem.
O processo de candidaturas foi aberto em 31 de março e alguns portugueses contactados anteriormente pela Lusa revelaram a intenção de concorrerem.
Estão abertas vagas para quatro a seis astronautas permanentes e para 20 astronautas de reserva, incluindo pela primeira vez um astronauta com alguma deficiência física.
Desde 2008 que a ESA, da qual Portugal é estado-membro desde 2000, não recrutava astronautas. Agora, fá-lo a pensar em futuras missões à Lua ou mesmo a Marte e tendo em vista aumentar o número de mulheres no espaço.
O processo de seleção dos candidatos, em várias etapas que incluem testes técnicos, cognitivos, de coordenação motora e de personalidade, exercícios individuais e em grupo, provas médicas e entrevistas, só deverá ficar concluído em outubro de 2022.
Para concorrer, um candidato tem de reunir diversos requisitos mínimos, como ser cidadão de um dos estados-membros ou estados associados da ESA, ter pelo menos um mestrado e experiência profissional de três anos nas áreas das ciências naturais, medicina, engenharia, matemática ou ciências computacionais, ser fluente em inglês e conhecer outras línguas não nativas.
Mas há mais: ter forte motivação, capacidade de enfrentar horários irregulares de trabalho, frequentes viagens e longas ausências de casa, da família e da vida social habitual, ter calma sob pressão, vontade para participar em experiências científicas e flexibilidade para trabalhar num local diferente (dentro e fora da Europa).
O candidato com algum grau de deficiência física pode ser admitido com uma altura inferior a 1,30 metros, uma ou duas próteses abaixo do joelho ou ao nível do tornozelo e dismetria (diferença de comprimento entre pernas).
Por último, e não menos importante, é necessário submeter uma carta de motivação e um currículo em inglês e um certificado médico europeu emitido por um examinador médico da aviação, o equivalente ao que é exigido a um piloto de um voo particular. Na impossibilidade do envio em tempo útil do certificado, a ESA aceita uma cópia do relatório médico.
Para os candidatos que usam por exemplo uma prótese nos membros inferiores, o certificado exigido é substituído por uma declaração médica a atestar, que se não fosse devido à deficiência de que são portadores, estariam em conformidade com os requisitos médicos pedidos a um piloto privado.
No anterior recrutamento, que começou em 2008 e terminou em 2009, a ESA selecionou seis astronautas, incluindo uma mulher, a italiana Samantha Cristoforetti, a primeira pessoa a fazer um café expresso na Estação Espacial Internacional, na órbita da Terra.
A este recrutamento apresentaram-se 8.413 candidatos, dos quais pouco mais de 200 portugueses.
Atualmente, o corpo ativo de astronautas da ESA é formado por sete astronautas – de Itália (2), Alemanha (2), Reino Unido (1), Dinamarca (1) e França (1).