“A ARM tem em curso um conjunto de obras relevantes, com o valor total de cerca 4 milhões de euros, que visam a melhoria da gestão e funcionamento dos serviços de drenagem de águas residuais (saneamento) sob sua gestão no concelho de Machico, conferindo maior qualidade de vida e segurança à população local, bem como a melhoria da qualidade das águas balneares deste município”, disse João Pedro Castro numa visita efetuada àquele município.
A ARM é uma empresa pública vocacionada para a exploração e gestão do sistema multimunicipal de águas e resíduos da Madeira, conceção e construção de infraestruturas e equipamentos considerados necessários à sua implementação, tendo até ao momento como aderentes cinco dos onze municípios da região, nomeadamente, Câmara de Lobos, Porto Santo, Machico, Ribeira Brava e Santana.
O responsável salientou que as intervenções que decorrem naquele concelho no extremo leste da Madeira visam “o aumento da cobertura de serviço e reformulação do destino das águas residuais, através do lançamento de oito quilómetros de novas redes de drenagem”.
Também visam a “melhoria nas redes coletoras já existentes, nas estações elevatórias e nas estações de tratamento de águas residuais deste município” e a “redução dos pontos de descarga direta no meio recetor (linhas de água e mar), como aqueles que se têm verificado nas ribeiras de Machico”.
João Pedro Castro admitiu que ainda se têm verificado “alguns pontos de descargas diretamente para as linhas de água, porque, lamentavelmente, muitas habitações ainda não têm ligação às redes coletoras”.
O presidente da ARM considerou que “estas ocorrências são ainda mais graves nos períodos em que chove muito, pois os resíduos acumulados nas ribeiras são arrastados para o mar, contaminando as águas balneares”.
Por isso, realçou a importância do investimento financeiro que está a ser feito no concelho “para realizar os trabalhos de remodelação e lançamento de novas redes coletoras de águas residuais” nas freguesias de Machico e Caniçal para melhorar “a qualidade ambiental e a saúde pública”.
O responsável explicou que as últimas descargas verificadas aconteceram nos dias 13 e 27 de maio, “no âmbito dos trabalhos de remodelação das redes de drenagem do município e que foram comunicadas às entidades competentes e devidamente acompanhadas pela fiscalização da obra, para que tivessem o mínimo impacto possível no meio natural”.
“As descargas decorreram da ligação das novas redes de esgotos na freguesia de Machico e foi necessário desativar as antigas condutas que se encontravam muito deterioradas e ligar as novas, tendo ocorrido algum derrame de águas residuais”, indicou.
João Pedro Castro sublinhou que estas foram “situações pontuais, que ocorreram há cerca de um mês, visando a melhoria do sistema de saneamento municipal e não foi uma ação que tivesse por objetivo prejudicar o meio ambiente, como se quis passar publicamente”, lamentando o “aproveitamento político feito” deste caso.
Também referiu que a ARM “trabalha sempre de forma articulada com o município (PS), que é sócio” da empresa.
“Sabemos que o próprio município tem também as suas dificuldades, nomeadamente quanto à necessidade de resolução de alguns problemas nas suas redes pluviais, e o que se pretende é unir esforços e trabalhar em sinergia para um bem público e para a melhoria da qualidade de vida da população de Machico”, argumentou.