O Instituto de Administração da Saúde da Madeira (IASAÚDE) contrariou as declarações do presidente do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE, que negou serem da responsabilidade deste organismo os atrasos no pagamento aos beneficiários da região.
João Proença atribuiu os atrasos à demora na digitalização de documentos por parte do IASAÚDE.
"Considero que a ADSE [sistema de saúde dos funcionários públicos] não tem qualquer responsabilidade nos atrasos nos pagamentos aos beneficiários", afirmou, indicando que "houve um atraso grande, brutal, na digitalização que levou a que, de facto, os documentos não tenham entrado na ADSE".
João Proença falava numa audição parlamentar na Comissão Especializada Permanente de Saúde e Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa da Madeira, no Funchal, requerida pelo PSD, sobre "a ADSE e o tratamento dos seus beneficiários na Região Autónoma da Madeira".
Em comunicado, o IASAUDE diz que, "desde janeiro de 2018, a ADSE, IP é a única entidade responsável pela receção/digitalização, tratamento, conferência e pagamento das despesas de todos os beneficiários da ADSE, IP, incluindo os das Regiões Autónomas".
Segundo o Instituto de Administração da Saúde da Madeira, atualmente “não existe qualquer atraso na digitalização e tratamento dos documentos entregues no IASAÚDE".
"A Região Autónoma da Madeira, através do IASAUDE, IP-RAM, em boa fé, manteve contactos permanentes com o conselho diretivo da ADSE (interlocutor do IASAÚDE), de forma a minorar os constrangimentos decorrentes do atraso da publicação da legislação nacional, efetivada em maio de 2018", adiantou o IASAÚDE.
Este organismo lembrou que, "desde janeiro de 2018, foi solicitada a plataforma informática para a digitalização dos documentos dos beneficiários da RAM no IASAÚDE, IP-RAM. Esta foi disponibilizada pela ADSE, IP em final de maio de 2018, no entanto, a funcionalidade da mesma só foi garantida por aquele Instituto no final de junho".
Por isso, "na sequência destes eventos, ocorreu um atraso no processo de digitalização, pelo que a Região em articulação com a ADSE, IP procedeu ao primeiro envio de documentos em suporte de papel e manteve o processo de digitalização a funcionar a nível regional".
O IASAÚDE acrescentou que, "no período de verão, a ADSE, IP solicitou que não fossem enviados quaisquer documentos por não terem capacidade de resposta" e, "acedendo a este pedido, o IASAÚDE reforçou com meios próprios a equipa e equipamentos de forma a agilizar o processo, que se mantém em curso".
LUSA