A adesão à greve dos funcionários judiciais na Região Autónoma da Madeira ronda hoje os 80%, indicou o sindicato do setor, no decurso de uma manifestação que juntou duas dezenas de trabalhadores em frente ao Palácio da Justiça, no Funchal.
"Os serviços do Ministério Público da Ponta do Sol, Porto Santo e Santa Cruz encontram-se encerrados, o Tribunal do Trabalho também está encerrado, a secção central no Palácio [da Justiça] também se encontra encerrada", disse Lília Sousa, coordenadora regional do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ).
Atualmente exercem funções na região 130 funcionários judiciais.
A greve nacional em cinco dias alternados arrancou a 25 de junho, estando ainda marcada para 12 deste mês, sem serviços mínimos.
Em simultâneo decorrem manifestações também em locais alternados, hoje na Madeira e nos Açores.
"A adesão tem sido boa, tem rondado os 70 a 80%, tem algumas secções que ronda os 90% e outras mesmo 100%", disse Lília Sousa, num balanço aos quatro primeiros dias de greve na região autónoma.
O Sindicato dos Funcionários Judiciais exige que o Governo integre um suplemento de 10% no ordenado dos trabalhadores nos 14 meses de vencimento, à imagem do que está previsto acontecer com magistrados do Ministério Público e juízes, sem que haja uma redução desse mesmo suplemento.
Entre as reivindicações constam também a contagem integral do tempo de serviço congelado e a admissão de recursos humanos, sendo que no caso da Madeira, segundo o sindicato, são necessários mais 25 funcionários.
"É difícil contabilizar o número de diligências [por executar], mas a informação que temos é que são muitas adiadas, muitos atos processuais que ficam por ser tramitados, o que faz com que os processos atrasem", indicou Lília Sousa.
No Funchal, os manifestantes permaneceram algum tempo frente ao Palácio da Justiça, com apitos e palavras de ordem, alguns envergando camisolas com a inscrição "Justiça para quem nela trabalha".
C/Lusa