O Serviço Regional de Saúde da Madeira (SESARAM) informou que a adesão à greve dos enfermeiros na região atingiu os 83,44% nos cuidados hospitalares e 64,44% nos cuidados primários.
De acordo com a nota divulgada na Madeira, "o maior impacto desta greve verifica-se a nível do bloco operatório, das consultas externas, atendimentos nos centros de saúde e na realização de exames não urgentes, onde foram canceladas cirurgias programadas, consultas e exames".
Ao nível dos cuidados de saúde hospitalares, a greve que teve início às 00:00 horas de ontem e se prolonga até as 24:00 de sexta-feira, teve uma adesão de 82,88% no turno da noite, de 73,67% no da manhã e de 83,44% durante a tarde.
Quanto aos cuidados de saúde primários, durante a manhã aderiram 63,43% dos enfermeiros e 64,44% no turno da tarde.
O SESARAM salienta que "todas as situações urgentes estão a ser atendidas e os serviços mínimos estão a ser salvaguardados".
Entretanto, algumas dezenas de enfermeiros concentraram-se ontem na entrada do hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, gritando como palavra de ordem "Enfermagem unida jamais será vencida".
Também os enfermeiros da ilha do Porto Santo se reuniram no centro da cidade da ilha neste primeiro dia de luta, embora o ajuntamento não tenha tido caráter de manifestação.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros da Madeira, Juan Carvalho, explicou que o sindicato não aderiu a esta greve porque vai esta terça-feira, juntamente com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, reunir, em Lisboa, com o Ministério da Saúde.
"Há dois processos negociais em simultâneo com ‘timings’ diferentes", observou, referindo-se à reunião de terça-feira entre o Sindicato dos Enfermeiros da Madeira e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses que, por sua vez, constituem a comissão negociadora sindical de enfermeiros.
"Era prematuro fazer greve sem sabermos quais as propostas que estarão em cima da mesa".
Os enfermeiros iniciaram hoje uma greve que decorrerá até sexta-feira, contra a recusa do Ministério da Saúde em aceitar a proposta de atualização gradual dos salários e de integração da categoria de especialista na carreira.
A greve foi marcada pelo Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE) e pelo Sindicato dos Enfermeiros (SE) para o período entre as 00:00 de segunda-feira e as 24:00 de sexta-feira.
Os enfermeiros reivindicam a introdução da categoria de especialista na carreira de enfermagem, com respetivo aumento salarial, bem como a aplicação do regime das 35 horas de trabalho para todos os enfermeiros, mas a secretaria de Estado do Emprego considerou irregular a marcação desta greve, alegando que o pré-aviso não cumpriu os dez dias úteis que determina a lei.
LUSA