“Temos com a segunda dose ou a vacinação completa (no caso da vacina Janssen) 41% da população, um número significativamente superior à média nacional, que é de 33%. Houve um esforço estratégico do Governo Regional no sentido de reforçar a segunda dose ou a vacinação completa, por ser aquela que garante uma maior proteção da população", afirmou o governante, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.
Segundo Clélio Meneses, foram administradas nos Açores, até esta quarta-feira, 224.012 doses de vacinas contra a Covid-19, havendo 124.738 pessoas com, pelo menos, uma dose (51,4% da população, de acordo com dados da Pordata relativos a 2019) e 99.274 pessoas com vacinação completa (40,9%).
Os Açores têm apenas dois casos confirmados de infeção pela variante Delta do SARS-CoV-2, mas o secretário regional da Saúde admitiu que esse número possa ser maior.
“Suspeita-se que nos Açores já exista, na ilha de São Miguel, onde existem mais casos, um número mais significativo da variante Delta. Não está ainda confirmado, estão muitos casos em avaliação. Há apenas dois casos confirmados, mas percebe-se que poderá existir”, adiantou.
Ainda assim, Clélio Meneses disse esperar que o avanço da vacinação contra a Covid-19 na região consiga travar uma nova vaga de infeções.
“O nosso esforço é de vacinar o mais rapidamente possível para não sermos apanhados por outra vaga, mas não temos a garantia de que, até atingirmos esta meta dos 70% de vacinação, não chegue cá outra variante que tenha maior dificuldade de controlo”, alertou.
O governante reiterou os pedidos de contenção à população, mas lembrou que os Açores têm atualmente apenas três doentes internados e não registaram óbitos nos últimos tempos.
“O que está a acontecer a nível nacional é um sinal para o cuidado de que todos temos de continuar a ter. A pandemia ainda não passou, a pandemia ainda está aí de forma intensa em vários locais do mundo. Nos Açores, felizmente, está localizada e está controlada”, frisou.
Hoje deixou de ser obrigatória a realização de teste de despiste de SARS-CoV-2 para os passageiros que cheguem aos Açores que sejam portadores do certificado verde digital, mas também deixará de existir testagem noutros contextos para quem já tiver vacinação completa.
“Os profissionais de saúde, os profissionais de lares ou outros profissionais de alguns setores, que têm sido sujeitos a testagem regular, mesmo sendo vacinados, vão deixar de ser testados”, revelou Clélio Meneses.
Segundo o governante, essas alterações vão permitir uma poupança de recursos, já que os Açores gastam, só em testes, “mais de 2 milhões de euros” por mês.
Ainda assim, as pessoas totalmente vacinadas poderão ser sujeitas a isolamento profilático, em caso de contacto de risco com alguém infetado.
“Tendo em conta que a população ainda não está genericamente imunizada com os 70%, uma pessoa que teve um contacto próximo, mesmo vacinada, pode contaminar outros que ainda não estão protegidos”, justificou Clélio Meneses.
Os Açores têm atualmente 283 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, que provoca a doença Covid-19, dos quais 274 em São Miguel, quatro no Faial, dois na Graciosa, um na Terceira, um em São Jorge e um em Santa Maria.
Desde o início da pandemia foram diagnosticados na região 6.364 casos de infeção, tendo ocorrido 5.909 recuperações e 33 mortes. Saíram do arquipélago sem terem sido dadas como curadas 83 pessoas e 56 apresentaram comprovativo de cura anterior.