O Movimento de Trabalhadores Técnicos e Petrolíferos (MTTP) advertiu esta semana que a Venezuela poderá ficar sem gasolina para consumo interno, nos próximos dias, devido a problemas relacionados com a produção de combustíveis.
"O problema do combustível chegou à capital (Caracas). As duas refinarias mais importantes (da Venezuela), Amuay e Cardón, não estão a produzir a quantidade de combustível que os venezuelanos necessitam", disse o porta-voz do MTTP.
Durante uma conferência de imprensa em Caracas, Iván Freites explicou que "apenas há gasolina para um dia de abastecimento e dois dias de gasóleo, a nível nacional", na Venezuela.
"A PDVSA (Petróleos da Venezuela – empresa estatal) já não produz nem 15% do combustível necessário para abastecer o país, pelo contrário, está a importar gasolina, gasóleo e óleo (automotriz)", denunciou.
Segundo Iván Freitas, a Venezuela importa quase cinco mil milhões de dólares anuais de carburantes e comprou combustível que não chegou ao país, porque a estatal Petróleos de Venezuela SA "não pagou os fretes".
"No Curaçau e em Portugal permanecem os vaios-tanque, desde há meses, esperando que lhes paguem para nos trazerem combustível, enquanto os venezuelanos têm que fazer filas para poder encher os tanques das viaturas", declarou.
Por outro lado, denunciou que os trabalhadores petrolíferos estão ser explorados na Venezuela, onde "ganham 20 dólares mensais" de salário, enquanto noutros países "ganham até 3.000 dólares".
Na Venezuela são cada vez mais frequentes as queixas dos cidadãos sobre dificuldades para conseguir combustível, principalmente nas regiões do interior e fronteiriças com a Colômbia, porque as autoridades venezuelanas dizem existir contrabando de extração para o país vizinho.
Para combater a situação em regiões como Táchira, os motoristas necessitam de um "chip" para poderem abastecer de combustível.
No entanto, desde a última sexta-feira, algumas bombas de gasolina estão sem combustível, também na capital.
LUSA