No centro da campanha eleitoral esteve a crise política, económica e social que afeta o país, com todos os candidatos, inclusive Nicolás Maduro – que espera ser reeleito Presidente da Venezuela para o período 2019-2015 -, prometerem melhorar a economia do país.
Para além do Presidente da República, os venezuelanos vão eleger os membros dos conselhos legislativos em 23 Estados do país.
Milhares de militares vigiam os mais de 14 mil centros eleitorais que se prevê estarem abertos entre as 06:00 e as 18:00 horas locais (entre as 11:00 e as 23:00 em Lisboa).
O principal candidato e atual Presidente, Nicolás Maduro, prometeu convocar um grande diálogo nacional e fazer "uma revolução económica dentro da revolução".
Diz manter-se fiel ao legado do falecido Hugo Chávez (Presidente entre 1999 e 2013), promete grandes mudanças económicas para solucionar a crise, usando o redesenhado "Plano da Pátria 2025" impulsionado pelo anterior líder socialista.
Por outro lado, prometeu impulsar a produção nacional, "proteger" o povo com programas de assistência social, educação, habitação, distribuição de alimentos, medicamentos e a atribuição de bónus económicos através do "cartão da pátria" impulsado pelo Partido Socialista Unido da Venezuela.
O segundo candidato que concentra mais simpatias, para a imprensa local, é Henri Falcón, um dissidente do chavismo que acusa Nicolás Maduro de ter políticas económicas "erradas".
Falcón promete dolarizar a economia para equilibrar os salários e combater a hiperinflação no país, bem como pedir assistência ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional para obter financiamento de forma a impulsar a atividade económica.
No entanto, um importante setor da oposição tem apelado à abstenção.
Falcón está apoiado pelo partido de esquerda Avançada Progressista e promete devolver aos donos as empresas expropriadas, assim como criar um "cartão solidário" com subsídios diretos para anciãos e crianças que frequentem às aulas.
Promete ainda subsídios aos venezuelanos que suspenderam os seus estudos e emigraram, caso regressem ao país.
Pela presidência da Venezuela concorre ainda o pastor evangélico Javier Bertucci, do partido ‘Esperança por um Câmbio’, que quer "contribuir" para reconstruir a Venezuela.
Acusado de candidatar-se para legitimar as eleições, propõe a abertura de um canal humanitário internacional de alimentos e medicamentos, melhorar os serviços públicos, a saúde, combater o desemprego, impulsar a construção de habitações sociais e dar segurança social aos venezuelanos.
Por outro lado, propõe reestruturar o sistema educativo, modernizar a saúde, impulsar a produção, combater a insegurança e profissionalizar os funcionários policiais. Quer ainda impulsar o turismo e restituir as relações internacionais.
Também acusado de buscar legitimar as eleições, Reinaldo Quijada, do partido Unidade Política Popular 89, quer reconstruir política, institucional e economicamente a Venezuela.
O candidato diz querer um Banco Central da Venezuela completamente independente e autónomo, para poder vencer a crise e recuperar a economia venezuelana, defendendo que todos os poderes públicos venezuelanos devem ser autónomos.
Quijada acredita que é possível recuperar o setor produtivo, trabalhar em conjunto com os empresários e industriais, refinanciar a dívida pública e deter a emissão de dinheiro inorgânico.
Por fim, quer ainda abrir o país a investimentos estrangeiros e terminar com o sistema de controlo cambial que desde 2003 vigora no país e impede a livre obtenção local de moeda estrangeira.
LUSA