Em declarações aos jornalistas no final de uma audiência com o Presidente da República no Palácio de Belém, em Lisboa, André Ventura disse que transmitiu a Marcelo Rebelo de Sousa que "não acautelar, ao não exercer nenhuma influência sobre o presidente da Assembleia da República, a possibilidade de um escalar de conflito físico, verbal e político é real".
Apontando que "o ambiente está muito tenso", o líder do partido de extrema-direita salientou que "ninguém quer ver no parlamento situações como já vimos noutros países do mundo, em que há deputados desentendidos uns com os outros, quase à batatada no hemiciclo".
"Tudo acontece porque o ambiente dentro do hemiciclo, que era onde se deviam dispersas as energias políticas, é abafado e limitado por um presidente da Assembleia da República", alegou.
Na ótica do Chega, "a única figura que pode chamar a atenção de Augusto Santos Silva é Marcelo Rebelo de Sousa" e cabe ao chefe de Estado "garantir que o ambiente serena", tendo pedido a sua intervenção.
A reunião, que durou cerca de 45 minutos e na qual André Ventura esteve acompanhado pela liderança do grupo parlamentar, foi pedida pelo Chega, para abordar com o chefe de Estado a forma como o presidente da Assembleia da República conduz os trabalhos parlamentares.
O presidente do Chega afirmou também ter ficado com "a sensação" de que o Presidente da República "foi recetivo aos argumentos" que ouviu, "independentemente das ações que venha a tomar", e que "foi sensível à situação de maioria absoluta e de possível mordaça sobre a democracia que o país enfrenta" e também "aos argumentos de cerceamento constante da liberdade".