Numa nota enviada às redações, os deputados socialistas saúdam a “expressiva participação popular” nas eleições venezuelanas de domingo, mas manifestam “a sua profunda preocupação face aos resultados eleitorais divulgados”.
“É fundamental que a verdade dos resultados reflita efetivamente a vontade do povo venezuelano. Por isso, os deputados do PS apelam à total transparência do processo eleitoral, com acesso e divulgação dos documentos de todas as assembleias de voto e resultados efetivos”, pedem.
Esta preocupação do PS, de acordo com o mesmo comunicado, “surge alinhada com as posições expressas pela União Europeia e pelos Estados Unidos da América, que pediram que os resultados legítimos das eleições fossem respeitados e que toda a informação sobre o ato eleitoral fosse divulgada”.
Os socialistas lamentam ainda que “milhões de venezuelanos no estrangeiro, incluindo muitos luso-venezuelanos residentes em Portugal, tenham enfrentado dificuldades para votar”, referindo que apenas cerca de 69 mil venezuelanos residentes o podiam fazer, o que é “uma pequena fração dos aproximadamente sete milhões que emigraram nos últimos anos”.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou na segunda-feira oficialmente como Presidente Nicolás Maduro, após ter anunciado no domingo à noite que o líder chavista, no poder desde 2013, venceu as eleições, resultado rejeitado pela oposição.
Na nota, o PS refere que “a vitória de Maduro foi declarada ‘irreversível’ com 80% dos votos contados, sem divulgação de resultados parciais de todas as mesas de voto”.
“De acordo com os dados do CNE, há a possibilidade de que o resultado final ultrapasse 100%, situação que não pode ser confirmada sem acesso aos resultados completos do processo eleitoral”, apontam ainda os socialistas.
Nicolás Maduro reagiu de imediato ao ato de proclamação da CNE, realçando que alcançou a proeza de ter derrotado “o fascismo” nas eleições de domingo.
“Derrotar o fascismo, os demónios, as demónias, é um feito histórico e o nosso povo conseguiu, o nosso povo conseguiu de novo”, sublinhou o líder chavista depois de receber das mãos do presidente do CNE, Elvis Amoroso, a credencial simbólica que lhe permitirá governar o país até 2031.
No domingo à noite, o CNE adiantou que Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que obteve pouco menos de 4,5 milhões (44,2%).
Vários países já felicitaram Maduro pela vitória, como Rússia, Nicarágua, Cuba, China e Irão, mas países democráticos demonstraram grande preocupação com a transparência das eleições na Venezuela além de Portugal, como Espanha e Estados Unidos.