"O Reino Unido acredita que Juan Guaidó é a pessoa certa para levar a Venezuela para a frente. Apoiamos os EUA, Canadá, Brasil e Argentina para que isso aconteça", afirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt, em Washington.
Hunt encontra-se na capital dos EUA, onde vai encontrar-se hoje com o vice-Presidente norte-americano, Mike Pence, e o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, onde o tema vai ser abordado.
"Estamos extremamente preocupados com a situação na Venezuela, mas é claro que Nicholas Maduro não é o líder legítimo da Venezuela", vincou.
Segundo Hunt, "as eleições de 20 de maio foram profundamente fraudulentas; as urnas de voto estavam cheias, havia irregularidades e a oposição foi interdita. Este regime causou danos incalculáveis ao povo da Venezuela, 10% da população deixou a Venezuela, tal é a miséria que eles sofrem".
Juan Guaidó autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.
Os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA), a maioria dos países da América Latina, à exceção de México, Bolívia, Nicarágua e Cuba – que se mantêm ao lado de Maduro, que consideram ser o Presidente democraticamente eleito da Venezuela -, já reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.
Rússia, a China, a Turquia e o Irão manifestaram também o seu apoio a Nicolas Maduro.
Da parte do Governo português, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, expressou na quarta-feira pleno respeito pela "vontade inequívoca" mostrada pelo povo da Venezuela, disse esperar que Nicolás Maduro "compreenda que o seu tempo acabou" e apelou para a realização de "eleições livres".
A Venezuela, país onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.
C/ LUSA