Apesar da oposição declarada da Rússia a uma reunião sobre uma questão "interna" da Venezuela e que não ameaça a paz e a segurança internacionais, segundo Moscovo, Washington precisou que deseja a realização de uma reunião “pública”, afirmaram as mesmas fontes citadas pela agência noticiosa francesa France Presse (AFP).
O órgão máximo das Nações Unidas, por ter a capacidade de fazer aprovar resoluções com caráter vinculativo, é composto por 15 membros, incluindo cinco membros permanentes com poder de veto: Rússia, Estados Unidos, China, França e Reino Unido.
O líder da Assembleia Nacional (parlamento), Juan Guaidó, de 35 anos, autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas na capital do país, Caracas.
Nicolás Maduro iniciou a 10 de janeiro o seu segundo mandato de seis anos como Presidente da Venezuela, após uma vitória eleitoral cuja legitimidade não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela comunidade internacional.
O ministro venezuelano da Defesa declarou hoje, em nome das Forças Armadas da Venezuela, lealdade à Constituição e ao Presidente Nicolás Maduro, alertando ser "muito perigosa" a instalação de um governo paralelo no país.
Os Estados Unidos foram os primeiros a reconhecer Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.
Por seu lado, a Rússia, a par da China, Turquia e do Irão, manifestaram o seu apoio a Nicolás Maduro.
Já a União Europeia (UE) defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, sublinhando que “os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados” e instando à “abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis”.
Da parte do Governo português, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, expressou na quarta-feira pleno respeito pela “vontade inequívoca” mostrada pelo povo da Venezuela, disse esperar que Nicolás Maduro “compreenda que o seu tempo acabou” e apelou para a realização de “eleições livres”.
A Venezuela, país onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política, económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.
C/ LUSA