Numa sessão oficial no palácio da Moncloa, sede do Governo espanhol, o primeiro-ministro Pedro Sanchez sublinhou que Guaiadó deve liderar a transição para eleições livres na Venezuela, enquanto máximo representante da Assembleia Nacional venezuelana.
Emmanuel Macron optou pela rede social Twitter para passar a mesma mensagem: "O povo venezuelano deve poder decidir livremente o seu futuro. Se não forem anunciadas eleições em oito dias, poderemos reconhecer [Juan] Guaidó como ‘presidente interino’ da Venezuela para implementar esse processo político. Trabalhamos em conjunto com os nossos aliados europeus", anunciou o chefe do Governo francês.
A Alemanha acaba de anunciar a mesma possição através de um comunicado do Governo, citado pela agência France Press.
Recorde-se que, já na sexta-feira, o chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, deixou claro que ou Nicolás Maduro aceita realizar “eleições livres no mais breve prazo possível”, ou a União Europeia (UE) reconhecerá que só Juan Guaidó o pode fazer.
“Se Nicolas Maduro mantiver a intransigência e se recusar a participar nesta solução de transição pacífica, isso significa que mais ninguém poderá contar com ele […] deixará de ser interlocutor válido” para a comunidade internacional, disse Santos Silva em Lisboa.
O ministro sublinhou que, a ser assim, isso significa “o reconhecimento de que só a Assembleia Nacional e o seu presidente estarão em condições de conduzir o processo eleitoral”.
Questionado sobre qual o prazo dado ao Presidente venezuelano para aceitar realizar eleições, Santos Silva frisou que “o tempo urge”, perante a crise social e humanitária na Venezuela, mas que esse prazo seria anunciado brevemente. Hoje, então, quer a Espanha quer a França dão oito dias a Maduro para anunciar eleições.
“A única razão porque agora, 15:00 de Lisboa [de sexta-feira], não digo o prazo é porque ele ainda esta a ser objeto de ajustamento entre os 28, mas certamente ao longo da tarde de hoje a nossa declaração conjunta será publicada e as coisas serão mais claras”, disse, na altura, o chefe da diplomacia portuguesa.
O líder do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela.
A Venezuela, país onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.
C/ LUSA