"Alegra-me muito anunciar que a partir de 26 de setembro abriremos conjuntamente as fronteiras entre a Venezuela e a Colômbia. Além disso, retomaremos os voos entre Caracas – Bogotá e Valência – Bogotá. O intercâmbio e a cooperação entre os nossos povos recomeça numa boa base", anunciou Nicolás Maduro na sua conta do Twitter.
Numa outra mensagem Nicolás Maduro precisou que apontam "a uma aliança económica de respeito e cooperação, com o objetivo de garantir o bem-estar dos dois povos de Bolivar".
"Que a união Venezuela-Colômbia se fortaleça!", sublinhou.
O Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou também na mesma rede social que "a 26 de Setembro abriremos a fronteira entre a Colômbia e a Venezuela".
"Como primeiro passo, retomaremos as ligações aéreas e o transporte de carga entre os nossos países. Confirmamos o compromisso do Governo (colombiano) de restabelecer relações de irmandade", anunciou Gustavo Petro.
Em 29 de agosto, a Venezuela e a Colômbia renovaram formalmente as relações diplomáticas, interrompidas há três anos, com a chegada a Caracas do embaixador colombiano nomeado pelo novo Presidente, Gustavo Petro, para apresentação de credenciais.
"As relações com a Venezuela nunca deveriam ter sido cortadas, somos irmãos e uma linha imaginária não pode nos separar", afirmou o embaixador, Armando Benedetti.
A chegada do embaixador foi anunciada na rede social Twitter pelo vice-ministro para a América Latina do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela, Rander Peña.
O vice-ministro deu as boas-vindas a Benedetti e acrescentou que os "laços históricos" entre os dois países exigem que seus governos "trabalhem juntos" pela felicidade dos seus povos.
Por outro lado, Armando Benedetti disse que pretende abordar com o Presidente venezuelano uma data para um futuro encontro com o chefe de Estado colombiano, Gustavo Petro.
Também que a prioridade é retomar as relações diplomáticas e depois "começar a restabelecer as relações comerciais, que são as mais importantes" e para as quais existem "várias ideias".
A Venezuela e a Colômbia anunciaram em 11 de agosto a intenção de trocarem embaixadores.
Além da troca de embaixadores, o processo prevê a reabertura completa da fronteira de mais de 2.000 km que separa os dois países, totalmente fechada para veículos desde 2015 e reaberta apenas para pedestres desde o final de 2021.
Em fevereiro de 2019, Nicolás Maduro cortou relações diplomáticas e políticas com a Colômbia, que acusou de apoiar os Estados Unidos num golpe de Estado contra o regime venezuelano.
A rutura ocorreu depois de o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela Jorge Arreaza ter acusado os EUA e a Colômbia de violarem a Carta da ONU, ao apoiarem o líder opositor venezuelano Juan Guaidó que, em 23 de janeiro de 2019, jurou publicamente assumir as funções de Presidente interino e declarou que assumia os poderes executivos de Maduro.
Desde 2015 que as relações entre a Venezuela e a Colômbia têm passado por vários momentos de tensão.
Nesse ano, o Governo venezuelano ordenou temporariamente o encerramento das fronteiras entre os dois países, na sequência de confrontos entre as forças de segurança venezuelanas e civis armados, que Caracas acusou estarem ao serviço do antigo Presidente colombiano Álvaro Uribe, que condenou as acusações.
Em agosto de 2017, Colômbia, Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru apoiaram a criação do Grupo de Lima para alegadamente encontrar uma solução pacífica para crise política, económica e social na Venezuela.