A denúncia foi feita perante o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), pelo embaixador venezuelano na ONU, Héctor Constant.
Segundo o diplomata, as sanções económicas e financeira dos EUA contra a Venezuela são um exemplo de “um crime que lesa a humanidade” pois bloquearam o pagamento de milhões de dólares ao Fundo de Acesso Global para Vacinas Covid-19 (Covax).
As declarações de Héctor Constant tiveram lugar um dia depois de o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ter feito, no domingo, um ultimato ao programa Covax, para entregar as vacinas que ainda não recebeu ou então que devolvam o dinheiro.
“O sistema Covax falhou. Nós cumprimos a nossa parte (…). Tivemos que entrar no jogo, fazer magia para desbloquear fundos que estavam congelados”, declarou Maduro, na televisão nacional, precisando que o país pagou 120 milhões de dólares àquele programa da Organização Mundial de Saúde (OMS) sem nada receber.
“Dei instruções precisas (…) para agir esta semana e lancemos um ultimato ao sistema Covax: ou nos enviam as vacinas ou nos devolvem o dinheiro (…) se nos devolverem o dinheiro, nós sabemos onde comprar [vacinas]. Já discutimos com instituições internacionais. Chega de enganos”, acrescentou.
Entretanto, a Fundação GAVI, que coordena o programa Covax em conjunto com a Organização Mundial da Saúde, reagiu ao ultimato do Presidente Nicolás Maduro, assegurando que tenta resolver o problema do envio de vacinas contra a covid-19 para a Venezuela.
“Estamos a tratar de resolver essa questão o mais rápido possível”, disse um porta-voz da GAVI, citado pela agência de notícias EFE.
Já dura há vários meses a polémica em torno das vacinas que a Venezuela diz ter comprado através do programa Covax.
Segundo anteriores declarações do Presidente Maduro, os Estados Unidos bloquearam 10 milhões de dólares, o último pagamento do seu país para beneficiar do Covax, devido a sanções norte-americanas impostas à Venezuela.
Desde março de 2020 que a Venezuela está em confinamento preventivo e atualmente tem um sistema de sete dias de flexibilização, seguidos de outros sete dias de confinamento rigoroso.
C/Lusa