"É um acordo de livre comércio muito ambicioso e muito equilibrado. Acho que oferece muitas oportunidades para as nossas respetivas empresas", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, numa conferência de imprensa com o primeiro-ministro da Nova Zelândia, Chris Hipkins, antes da assinatura do documento, em Bruxelas.
O acordo, concluído em 2022 após quatro anos de negociações, removerá todas as tarifas sobre as exportações da UE para a Nova Zelândia, que consistem principalmente em bens de manufaturação, enquanto o bloco da UE as eliminará para a grande maioria das exportações da Nova Zelândia, em todos os produtos agrícolas.
O comércio bilateral de bens entre as duas partes ascendeu a 9.100 milhões de euros em 2022 e o de serviços a 3.500 milhões em 2021, enquanto os investimentos da UE na Nova Zelândia atingiram 9.300 milhões e os deste país no grupo dos 27 chegaram aos 4.300 milhões, segundo os mais recentes números divulgados pelo executivo comunitário.
Bruxelas espera que, com este acordo, as exportações da UE para a Nova Zelândia possam aumentar até 4.500 milhões de euros por ano, os investimentos europeus cresçam 80% e as empresas do bloco economizem 140 milhões de euros por ano, segundo o vice-presidente da Comissão responsável pelo Comércio, Valdis Dombrovskis.
Uma vez ratificado por ambas as partes e entrando em vigor, o entendimento também implicará a abertura do mercado de serviços da Nova Zelândia para empresas europeias em setores como serviços financeiros, telecomunicações ou transporte marítimo, e uma melhoria no seu acesso ao mercado de serviços e concursos públicos no país, avaliados em cerca de 60.000 milhões de euros por ano.
Por seu lado, a Nova Zelândia estima que o acordo com a UE — atualmente o seu terceiro parceiro comercial – permitirá aumentar as suas exportações para este território em 1,8 mil milhões de dólares por ano (1,64 mil milhões de euros), segundo o ministro do Comércio da Nova Zelândia, Damien O’Connor, também em conferência de imprensa.
No capítulo agroalimentar, sensível para a UE dada a força da Nova Zelândia, além da eliminação de todas as tarifas sobre as exportações europeias, o documento protege todos os vinhos e bebidas destiladas europeus e outros produtos com denominação de origem.
Da mesma forma, para alguns produtos que preocupam os europeus, como laticínios, carne bovina e ovina, etanol ou milho, o volume de importações da Nova Zelândia que podem beneficiar da redução tarifária será limitado.